Nos seis meses que antecederam a obrigatoriedade de os serviços de saúde utilizarem receita eletrónica, a penetração da medida teve uma evolução positiva, mas pouco acentuada, mantendo-se alta no setor público e relativamente baixa no privado, revelou a tutela.

No primeiro relatório público sobre a prescrição eletrónica de medicamentos é estudada a adesão a esta medida nos seis meses que antecederam a sua obrigatoriedade, em vigor desde agosto.

O documento conclui que a penetração do uso da receita eletrónica no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nos privados “é significativamente diferente, com uma evolução positiva mas contida”, fixando-se, em julho de 2011, nos 95 por cento para os cuidados primários, nos 81,2 por cento para os hospitais e nos 10,7 por cento para médicos no exercício de medicina privada.

Apesar da discrepância entre os valores do SNS e do setor privado, a evolução é muito ligeira em todos, revelando que a utilização da receita eletrónica já era prática alargada nos serviços públicos, contrariamente ao que sucede nos privados.

Relativamente aos medicamentos genéricos, a proporção de embalagens em relação ao total “tem aumentado de forma tímida”, mantendo sempre uma diferença entre os três setores.

A proporção de embalagens de genéricos usados nos cuidados primários é de 32,8 por cento, nos hospitais é de 28,2 por cento e na medicina privada é de 24,6 por cento.

O relatório revela ainda ter havido um decréscimo muito expressivo no valor gasto em comparticipação com medicamentos entre os meses de fevereiro e julho, comparativamente ao período homólogo.

“O volume de embalagens de medicamentos no seu total mantém-se estável, sendo o crescimento do total de embalagens de medicamentos genéricos modesto em todos os três sectores, o que, associado ao decréscimo de gastos com comparticipação pode significar que houve uma poupança para o SNS sem alteração significativa na oferta de medicamentos à população”, refere o relatório, sublinhando que este efeito foi sentido em especial nos cuidados primários.

22 de setembro de 2011

Fonte: Lusa