“Podemos dizer que o consumo de tabaco tem custos sociais e sanitários que superam os benefícios industriais”, disse durante a sua intervenção na sétima edição da Conferência Europeia do Tabaco e Saúde, no Porto.

Na qualidade de presidente honorária da Associação Espanhola Contra o Cancro, Letizia referiu que a realidade mostra que milhões de pessoas fumam no mundo, mas que também muitas delas deixaram de fumar graças às políticas preventivas promovidas pelos governos e associações.

“Permitamos que conferências como estas sejam um impulso para que as vontades políticas e sociais continuem a trabalhar com mais força para que cada fumador se convença que deixar de fumar melhora a sua saúde e traz-lhe mais qualidade de vida”, realçou.

Metade dos fumadores em risco de morte precoce

Citando dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a rainha frisou que os produtos tabagísticos são os únicos legalmente disponíveis que podem provocar a morte a metade das pessoas que os consomem habitualmente. “De resto, e citando novamente a OMS, não fumar, evitar o consumo de álcool, não comer comida processada e praticar meia hora de exercício físico por dia previne oito em cada dez casos de cancro, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2”, frisou.

Letizia agradeceu ainda aos responsáveis pelas políticas de saúde pelo seu compromisso com algo que concerne todos.

Além da rainha de Espanha, a sessão de abertura contou ainda com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do comissário europeu da Saúde e Segurança, Vytenis Andriukaitis, e o ministro da Saúde de Portugal, Adalberto Campos Fernandes.

15 passos para deixar de fumar

Organizada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), a Conferência Europeia do Tabaco e Saúde decorre no Porto até sábado e conta com a participação de médicos e peritos de Portugal, Espanha e outros países europeus, bem como delegados de toda a União Europeia.

Segundo dados da OMS, o tabaco é atualmente responsável por mais mortes do que a sida, a tuberculose e a malária juntas e os custos do tabaco representam cerca de 6% dos gastos mundiais com saúde.

O programa da conferência contempla as questões relativas ao controlo do tabagismo em várias vertentes, nomeadamente as políticas nacionais e internacionais, a prevenção e cessação, os projetos desenvolvidos a nível europeu e mundial, bem como o impacto do consumo de tabaco sobre a saúde.

A conferência realiza-se de três em três anos, tendo as mais recentes acontecido em Istambul e Amesterdão.