
Os deputados do PSD eleitos por Vila Real e a concelhia local social-democrata reuniram com representantes das ordens dos Médicos e dos Enfermeiros e, hoje, em conferência de imprensa, revelaram preocupação com a situação atual e o futuro do centro hospitalar.
O parlamentar Luís Leite Ramos disse que Vila Real “é o distrito do Norte que tem piores cuidados de saúde” e, por isso, o PSD pediu a intervenção direta e urgente do ministro da Saúde e desafiou ainda os “vários agentes políticos” da região a mobilizarem-se em defesa do centro hospitalar.
Entre as preocupações reveladas pelos sociais-democratas estão o pedido de renúncia do diretor clínico do CHTMAD, que tem sede social em Vila Real, e ainda dos 30 diretores de serviço, entre um total de 41, que colocaram o lugar à disposição e enviaram uma carta ao ministro da Saúde.
Contactado pela agência Lusa, o CHTMAD confirmou que o diretor clínico “apresentou na passada quarta-feira a carta da renúncia ao cargo” e disse que a sua “substituição já se encontra em curso”.
O conselho de administração disse desconhecer “quais e quantos elementos dos diretores de serviços clínicos, subscreveram o documento” enviado ao ministério e que “em nada” refere a administração.
Luís Leite Ramos elencou ainda a “asfixia financeira” do CHTMAD que “se tem vindo a agravar nos últimos meses e tem tido implicações diretas e concretas”.
O PSD quer explicações sobre o porquê de não “ter sido autorizada a contratação de 15 médicos que concluíram a especialidade em Vila Real” e porque “é que não há condições para contratar seis médicos que estavam num projeto inovador na área das urgências”.
O deputado realçou os cortes no financiamento na área oncológica, o que considerou ser de “grande gravidade”.
“A partir de 2019 vai haver uma redução de 100% nos tratamentos dos cancros de cólon do reto e do esófago. Esta redução tem implicações do ponto de vista financeiro, porque o centro hospitalar deixará de receber por esses atos médicos, mas, mais grave, é que tornará o hospital menos competitivo para os médicos”, referiu.
O PSD quer saber se houve “desleixo” ou “incúria” por parte do conselho de administração do CHTMAD que poderá “não ter apresentado candidatura a centro de referência”.
Em resposta escrita à Lusa, a administração explicou que, relativamente aos centros de referência, apenas em 2018 se poderia recandidatar, no entanto, por opção da comissão este ano “não existiu abertura de candidaturas para a reavaliação dos centros já autorizados”.
“Assim sendo, só haverá possibilidade de nova candidatura em 2019”, salientou.
O conselho de administração disse que “continua atento e empenhado a trabalhar para que o CHTMAD responda às expectativas e necessidades da população”.
O PSD especificou que vai interpelar Adalberto Campos Fernandes pela via parlamentar e também por carta escrita enviada diretamente ao ministro da Saúde.
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