Cerca de uma dezena pessoas da Comissão de Utentes de Saúde do concelho de Cascais seguraram duas faixas com inscrições que resumem as suas reivindicações: “40.000 utentes sem equipa de saúde familiar” e “Exigimos a integração nos centros de saúde de exames complementares de diagnóstico, consultas dentistas, saúde mental, nutrição”.
Presente no protesto, Henrique Chester, da comissão de utentes, começou por saudar a criação do Polo de Saúde de Carcavelos, que vai substituir a unidade de saúde da Parede, que, afirmou, “está horrível” e instalada em contentores, mas criticou a falta de equipas de saúde familiar no concelho de Cascais.
Defendeu também a necessidade das unidades de saúde terem equipamento para poderem fazer exames complementares, argumentando esta necessidade com o seu exemplo: “Um velho como eu se for cheio de tosse a uma unidade de saúde familiar é auscultado pelo médico que lhe diz que tem um problema no seu pulmão e que precisa tirar uma radiografia”, o que obriga o doente ir “entupir o hospital”.
Também da comissão de utentes, Sara Lemos disse que fez questão de marcar presença nesta ação porque a saúde é uma questão fundamental e “os ataques ao Serviço Nacional de Saúde são brutais”.
“De facto, só um serviço nacional de saúde público e capacitado é que pode responder aos problemas de saúde de toda a população”, disse Sara Lemos, que, apesar de valorizar as condições físicas do novo Polo de Saúde de Carcavelos, que abre portas aos utentes na segunda-feira, lamentou a falta de profissionais de saúde para responder às necessidades da população.
“A verdade é que sem profissionais não há espaços bonitos e espaços com condições que valham. Por isso, uma das nossas grandes reivindicações é, de facto, dotar o Serviço Nacional de Saúde dos técnicos que são necessários para garantir, de facto, saúde para todos, porque aquilo que vemos é a sangria do Serviço Nacional de Saúde dos técnicos para os privados por falta de condições”, disse Sara Lemos.
Comentando as reivindicações dos utentes, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Carreiras, frisou que “em Cascais, não há ninguém que não tenha acesso à medicina familiar”, lembrando que já fizeram a duplicação da unidade de saúde de São Domingos de Rana, inauguraram este novo centro de Carcavelos e que vai ser lançada até ao final do ano a obra de um novo centro em Cascais.
“Todos eles estão apetrechados com recursos humanos e enquanto estes centros não estiverem todos feitos, funciona o projeto bata branca”, destinado a todos aqueles que não tem ainda médico de família atribuído, mas que têm acesso a equipas de medicina familiar, salientou.
O ministro da Saúde passou junto dos manifestantes, mas não fez qualquer comentário.
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