Quando falamos de Pequenas e Médias Empresas (PME) precisamos compreender a magnitude e a pluralidade do conceito que evocamos. O estatuto de PME é determinado por três critérios: número de efetivos, volume de negócios ou o balanço total. No entanto, este estatuto de PME aplica-se a realidades muito diferentes, tanto a empresas com cinco funcionários e volumes de negócio de dezenas de milhares de euros quanto a empresas com até 250 funcionários e volumes de negócio de dezenas de milhões de euros. A realidade laboral desta pluralidade de empresas, que representa a grande maioria do tecido empresarial nacional, pode ser completamente diferente consoante a PME a que nos referimos. Como tal, também a forma como se promove a saúde e bem-estar laboral deve ser adaptada a cada realidade.
Hoje em dia, as empresas já cumprem com as obrigações básicas de Higiene e Segurança no Trabalho, auferindo a aptidão dos trabalhadores e prevenindo doenças laborais e acidentes de trabalho, mas isso claramente não é o suficiente. A promoção da saúde no local de trabalho tem de ser um esforço combinado dos empregadores, dos trabalhadores e da sociedade, disponibilizando e incentivando hábitos saudáveis e oportunidades de desenvolvimento pessoal. Mais do que isso, a promoção da saúde e bem-estar em contexto laboral deve englobar a promoção de um bom ambiente físico, mental e social entre os recursos humanos de todas as hierarquias, bem como o reconhecimento, confiança e envolvimento organizacional das chefias com os funcionários a seu cargo. É fundamental garantir a justa remuneração pelo trabalho e a adopção de práticas que incentivem o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Em suma, fomentar a felicidade no trabalho, sendo este um conceito relativamente recente e que resulta de um compromisso afetivo, e envolvimento do profissional com a organização, e a função por ele desempenhada.
Diversos estudos internacionais permitiram a validação da relação entre a promoção da saúde e felicidade organizacional e a rentabilidade. Também em Portugal a investigação seguiu esta tendência, concluindo-se que quem é mais feliz no trabalho tem uma taxa de absentismo menor em 36%, tem menos 45% de vontade de mudar de organização e sente-se mais produtivo em 9%. Há um impacto direto positivo entre a felicidade e a redução dos custos de absentismo, rotação dos recursos humanos e o aumento da produtividade, afigurando-se como uma opção estratégica win-win a adoptar. A definição de um propósito organizacional também pode contribuir para a identidade e coesão empresarial. A forma como fazemos negócios está a mudar, o lucro continua a ser um propósito mas podem e devem existir outros.
Independentemente da dimensão da empresa nas quais são aplicadas, a implementação de medidas estratégicas de promoção da saúde e bem-estar pode trazer diversas vantagens em contexto organizacional, mas mais do que isso, promover a saúde e o bem-estar no trabalho é um investimento nas pessoas, o principal activo que uma PME pode ter e o factor crítico de sucesso de qualquer empresa.
Participem nos Wellbeing Awards 2022, uma iniciativa desenvolvida pela Associação para a Gestão e Inovação em Saúde (AGIS) e pela Workwell, com o apoio oficial da Aon Portugal, que visa premiar ações e programas desenvolvidos pelas organizações em Portugal que promovam o bem-estar, a saúde e felicidade dos seus colaboradores. As inscrições para as organizações interessadas estão abertas até 15 de abril de 2022.
Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (09-Fev-2010). “Promoção da Saúde no local de trabalho para empregadores”. Ficha Técnica nº 93. ISSN 1681-2166.
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