A diretora do Serviço de Cuidados Paliativos (SCP) do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Catarina Faria, afirmou à agência Lusa que o projeto tem dois grandes objetivos: a capacitação e o agir.
“Pretendemos sensibilizar e formar a nossa comunidade para o cuidar de pessoas com doença grave ou incapacitante e colocar a nossa comunidade em ação, a cuidar e a apoiar os cuidadores e doentes seguidos pelo SCP do CHL, com uma rede de cuidados na comunidade leiriense, com o apoio dos nossos parceiros”, precisou Catarina Faria, que também é a coordenadora do projeto.
A especialista defendeu a importância de ter uma cidade “compassiva”, para enaltecer o lema “Tratar os outros como você gostaria de ser tratado”, transparecendo a compaixão pelo outro em todos os seus atos.
O projeto incidirá em três áreas diferentes, dirigindo-se a mulheres, cuidadoras de doentes em fim de vida, a homens que cuidam e a crianças e jovens que sentem.
Alojado na plataforma 'online', a iniciativa “Entre Mulheres” possibilitará a troca de experiências, tirar dúvidas com profissionais e ter acesso a material de apoio. Para a área “Homens que Cuidam” serão realizadas ações de sensibilização, abertas a toda a comunidade, com recurso a curtas-metragens e vídeos, com testemunhos e espaço para debate.
Dirigido a “Crianças e Jovens que Sentem”, o objetivo é a intervenção em cada um dos quatro agrupamentos de escolas das União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes e de Marrazes e Barosa, "por serem zonas indicadas como área de referenciação no projeto da Equipa Domiciliária de Suporte em Cuidados Paliativos do Serviço de Cuidados Paliativos do CHL".
Com previsão para arrancar em janeiro de 2023, o projeto pretende “falar sobre a morte e desmistificar a mesma, com recurso a curtas-metragens que promovam a discussão de ideias”.
O projeto foi submetido ao concurso “Portugal Compassivo: Laços que Cuidam”, promovido pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e pela Fundação “la Caixa”, pelo Serviço de Cuidados Paliativos (SCP) do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e conta com a parceria do Município de Leiria, da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria, da Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP), do Jiga Joga, da Associação Carlotazinha e da Associação Portuguesa de AVC.
Catarina Faria considerou que “há muita falta de literacia” e este projeto irá contribuir para aumentar o conhecimento da comunidade em Leiria.
“Leiria Compassiva – comPAIXÃO pelos seus!” integra diversas dinâmicas e propõe a realização de vários eventos. Uma conferência marca o início do Leiria Compassiva e ao longo do ano serão realizadas quatro sessões denominadas “Death Café” e quatro ‘workshops’.
No último trimestre será organizado o Encontro Nacional de Cidades Compassivas e uma conferência final.
O financiamento obtido engloba a criação de uma plataforma ‘online’ (Leiria comPAIXÃO), que funcionará como agregador de informação e conteúdos, e permite a visualização dos ‘workshops’ e de sessões 'online' de musicoterapia, pré-gravadas, como ferramenta de promoção da compaixão, destinadas, por exemplo, a serem usadas no domicílio de pessoas em fim de vida.
A atividade “Laços que Cuidam” visa a criação de um banco de tempo com o envolvimento de, pelo menos, 20 voluntários, até ao final de 2023.
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