A agência especializada da ONU apelou para que os doadores aumentem as contribuições para ajudar as pessoas afetadas pela crise no Iraque.
O Iraque foi invadido pelos Estados Unidos com o apoio de vários países há 20 anos, e tem vivido sucessivas crises políticas e uma seca que se arrasta há três anos.
O PAM lamentou que a falta de fundos coincida com o início do mês do Ramadão, o nono mês do calendário islâmico, durante o qual os muçulmanos observam o jejum desde que o sol nasce até que se põe.
A agência pediu 10 milhões de dólares (cerca de 9,3 milhões de euros) aos doadores para manter a ajuda alimentar aos deslocados internos vulneráveis até junho, e aos refugiados até 31 de dezembro.
Tal ajuda daria ao Governo iraquiano tempo suficiente para completar um inquérito aos deslocados internos no país para os incluir nas redes de segurança social, disse a agência.
“Haverá sempre necessidades humanitárias residuais no Iraque e estamos agora a pedir fundos para estas necessidades”, disse o representante do PAM no Iraque, Ally Raza Qureishi.
O representante alertou também que “a crise climática representa um risco de deslocação no Iraque, podendo desencadear outra crise humanitária, desta vez devido à escassez de água, desertificação e falta de produtos agrícolas”.
Qureishi disse que a agência “é forçada a tomar decisões difíceis” sobre quem ajudar.
“Não podemos virar as costas aos que necessitam de assistência alimentar essencial, aos mais vulneráveis e aos que não têm outras fontes de subsistência”, afirmou.
Qureishi disse que o PAM “intensificou a comunicação com o Governo do Iraque e a comunidade internacional de doadores para assegurar que os meios de distribuição de alimentos sejam encontrados rapidamente”.
Segundo dados do PAM, o conflito no país gerou 1,2 milhões de deslocados, enquanto 2,4 milhões dos 39 milhões de iraquianos necessitam de assistência alimentar.
O Iraque acolhe também cerca de 247 mil refugiados sírios.
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