3 de julho de 2013 - 14h10

Um centro de investigação sobre a flora intestinal humana, inédito na
Europa, abriu hoje perto de Paris, para estudar os milhares de milhões
de bactérias que vivem no sistema digestivo e explorar novas vias
terapêuticas.

A iniciativa, designada MetaGénoPolis (MGP), visa
“demonstrar que se pode proteger, restaurar, transplantar a microbiota
intestinal com fins preventivos ou terapêuticos, no âmbito médico e
nutricional”, explicou o Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola (INRA)
francês, que lidera o projeto.

“Temos cerca de dois quilogramas de
bactérias no intestino, (…) com uma grande variedade de organismos, de
espécies”, sublinhou a responsável pelo projeto, Florence Haimet.

“Cada
uma destas bactérias tem o seu lugar, o seu papel na nossa digestão e
soubemos recentemente que interagem com a nossa saúde em geral”,
explicou à agência France Presse.

O MGP, descrito como uma
“estrutura única na Europa”, fica ao serviço da comunidade médica e da
indústria e é financiado com 19 milhões de euros através de um programa
do governo francês para desenvolver projetos inovadores.

O centro
incluirá um banco nacional de mais de um milhão de amostras intestinais
humanas para responder ao aumento dos pedidos em termos de ensaios
clínicos, bem como uma plataforma de análise genética para identificar
moléculas e mecanismos de diálogo entre bactérias intestinais e células
humanas.

Os microorganismos no intestino estão envolvidos na
imunidade natural e na proteção do corpo contra os agentes patogénicos e
as infeções, bem como na degradação dos compostos da alimentação.

A
microbiota intestinal é equivalente a um “órgão extra” para o corpo
humano e desempenha um papel essencial na saúde e no bem-estar do homem,
segundo o INRA.

Lusa