28 de maio de 2013 - 15h46
Portugal registou 85 casos de meningite e septicemia meningocócica em 2011, doença que afeta sobretudo crianças, com a taxa de incidência a baixar, mas com aumento dos casos de uma nova estirpe, indica um relatório hoje divulgado.
O documento do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge lembra que a doença meningocócica continua ser um “grave problema de saúde pública, devido à elevada taxa de incidência em crianças com idade inferior a quatro anos”, à elevada letalidade e “ao facto de ser potencialmente epidémica”.
De acordo com o relatório, entre 2003 e 2011, registou-se em Portugal uma tendência decrescente da doença, sobretudo dos casos provocados por estirpes C, após a introdução da vacina.
“Assinale-se que se registou uma vacinação em massa, por iniciativa dos pais e pediatras no inverno de 2002-2003, e que a vacina foi introduzida no Plano Nacional de Vacinação em outubro de 2006”, justifica o documento.
Aliás, em 2011, apenas foi isolada a estirpe C da doença em duas pessoas: num adulto turista e numa criança sobre a qual se desconhece o estado vacinal.
Já o número de casos de estirpes do grupo Y teve um aumento que é classificado como assinalável, passando de uma proporção de 1,7% dos casos, entre 2002 e 2010, para 14,5%, em 2011, mas, ainda assim, o número de casos continua a ser bastante reduzido.
O aumento da incidência da estirpe Y tem sido registado em vários países europeus desde o início deste século, altura até à qual eram muito raros os casos reportados. Este aumento da incidência já tinha sido verificado no continente americano, a partir da década de 1990.
Contudo, os casos de doença por meningococos do grupo B continuam a ser os mais frequentes em Portugal, representando 72% dos casos em 2011, não existindo ainda vacina para esta estirpe.
Segundo o relatório do INSA, de todos os casos de doença meningocócica, a incidência mais elevada é em crianças menores de um ano (16,54 casos por 100 mil), decrescendo de forma acentuada no grupo etários dos 01 aos 10 anos. Na população global a incidência foi de 0,80 por 100 mil habitantes.
A doença é de notificação clínica obrigatória e passou a ser também de notificação laboratorial obrigatória desde 2002. Contudo, o Instituto Nacional de Saúde alerta no relatório que, a partir de 2009, se observou um decréscimo da notificação que "deve merecer reflexão".
Lusa