Numa altura em que já existem cerca de 5.400 casos de Covid-19 na UE, dos quais 3.858 registados em Itália, o surto foi abordado no Conselho de Negócios Estrangeiros que decorreu na capital croata, em Zagreb, indicou à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
“O ministro italiano deu-nos uma informação muito precisa sobre o esforço que Itália está a fazer para conter o vírus, sobre a dimensão da situação em Itália e também sobre as lições que a experiência de gestão da crise em Itália podem trazer para os restantes Estados-membros”, precisou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
“Praticamente todos os nós estamos hoje confrontados com essa epidemia e todos nós devemos aprender uns com os outros na gestão dessa epidemia”, sustentou.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, já provocou mais de 3.450 mortos em todo o mundo, tendo infetado mais de 98 mil pessoas em pelo menos 86 países, incluindo nove em Portugal.
Em Itália, o Estado-membro da UE mais afetado, verificaram-se já 148 mortes, de acordo com dados divulgados hoje pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.
Questionado pela Lusa se os ministros dos Negócios Estrangeiros adotaram alguns cuidados especiais devido ao Covid-19, Augusto Santos Silva notou que os chefes da diplomacia europeia optaram pela “sensatez”.
“Temos as nossas autoridades de saúde a fazer recomendações, nós próprios fazemos recomendações aos nossos concidadãos e, portanto, o que eu digo é sempre a mesma coisa: eu cumpro as recomendações que eu próprio faço”, referiu.
Sobre as recomendações da tutela aos portugueses fora do país, Augusto Santos Silva recordou que o Governo “recomenda vivamente” que “não se façam visitas de estudo ou excursões de crianças e jovens para Itália, seguindo a recomendação das próprias entidades italianas, e que quem se esteja a deslocar para ou em Itália siga, escrupulosamente, as informações e as orientações das entidades italianas”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros pede, também, “que se evitem deslocações não essenciais que as pessoas queiram fazer”, apontou.
O governante adiantou que, para já, o Governo não tem conhecimento de “nenhum outro caso” de portugueses infetados pelo Covid-19 fora do país, além dos dois que foram detetados num cruzeiro no Japão. Destes últimos, um dos homens já teve alta hospitalar e o outro pediu privacidade.
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