27 de novembro de 2013 - 16h43
A epidemia de HIV/Sida está abrandar no espaço dos 29 países que constituem a União Europeia e o número de novos diagnósticos subiu apenas 1%. 
Portugal enquadra-se nesta tendência de desacelaramento mas há um sinal de alerta que remete para a realidade dos diagnósticos tardios: é o terceiro país com a maior taxa de novos casos de Sida (a fase mais avançada da doença), regista o relatório do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD), Organização Mundial de Saúde (OMS) e Região Europeia.
"O HIV continua a ser um grande problema de saúde pública na União Europeia”, refere o relatório tornado público esta quarta-feira, com dados de 2012.
Em 2012, mais de 29 mil novos casos foram diagnosticados na União Europeia e Espaço Económico Europeu (inclui a Noruega e Islândia),o que se traduz numa taxa de 5.8 novos casos por 100 mil pessoas. Os cinco países com taxas mais altas foram a Estónia (23.5), Letónia (16.6), Bélgica (11.1), Reino Unido (10.3) e Luxemburgo (10.3). 
As mais baixas registaram-se na Eslováquia (0.9) e Croácia (1.7).
7 casos em cada 100 mil pessoas
Portugal encontra-se acima da média europeia, com 7 casos por 100 mil habitantes, mas tem nove países com piores números. O documento assinala que em Portugal, desde 2006, a taxa de novos casos de HIV desceu 20%, tal como aconteceu na Dinamarca, França e Estónia. No extremo oposto estão a Grécia, República Checa, Roménia e Hungria, onde os números de notificações de infeção por HIV mais do que duplicaram.
Já quando se analisa as notificações de Sida , Portugal aparece numa situação bastante mais desfavorável. Em 2012 foram diagnosticados 4313 casos pelos 29 países europeus analisados e aqui as taxas mais altas foram na Letónia (6,8), Estónia (2,7) e Portugal (2,4), precisamente.
No relatório nacional sobre o HIV/Sida, apresentado em junho, o peso demasiado elevado dos doentes com Sida era já dado como um dos dados mais alarmantes:  em Portugal quase um terço (31,8%) dos infetados foram detetados já “no último estádio da doença, o mais avançado”.
Desde os meados da década de 90 que os números de novos casos de Sida têm vindo a decrescer na Europa, assinala o relatório. A média europeia é de 0,8 por 100 mil habitantes, sendo que desde 2006 os casos de Sida tiveram um decréscimo de 48%, de 8213 casos (1,6 por 100 mil) em 2006 passaram para 5520 (1,1 por 100 mil) em 2011.
O relatório dá também um retrato da doença numa Europa mais alargada, correspondente à região europeia da OMS (53 países, incluindo a Rússia): Mais de 131 mil novas infeções foram notificadas, mais 10 mil do que no ano anterior (8%). As maiores subidas acontecem na Europa de Leste e países da Ásia Central e menos de 1% na região da União Europeia e Espaço Económico Europeu.
SAPO Saúde