
"Foi com enorme satisfação que recebemos a notícia do alargamento da comparticipação dos 15 para os 37%. Para além dos benefícios práticos – melhoria do acesso – o aumento da comparticipação da vacina reconhece o seu valor e reforça o seu papel fundamental na promoção da Saúde Pública", afirma Isabel Saraiva, fundadora do Movimento Doentes pela Vacinação.
"Fazemos da sensibilização da população, das autoridades e dos profissionais de saúde a nossa bandeira. Com o alargamento da comparticipação, aumenta, também, o número de pessoas que poderão beneficiar desta vacina. E quem mais vai beneficiar serão, sem dúvida, os grupos de risco, para quem já está indicada pela DGS", acrescenta.
A infeção por Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é uma causa comum de morbilidade e mortalidade, sendo responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
Potencialmente fatal, a pneumonia é uma doença com consequências graves para o doente e uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.
A doença é mais prevalente nas crianças e nos adultos com mais de 65 anos mas, de acordo com a Direção Geral da Saúde, a vacinação antipneumocócica está altamente recomendada a todos os adultos que tenham algum tipo de doença crónica, nomeadamente Diabetes, Doença Cardíaca Crónica, Asma ou DPOC.
Entre os mais suscetíveis encontram-se, também, pessoas com doença hepática crónica ou sistema imunológico frágil, que sofram de outras doenças pulmonares, que tenham dificuldade em tossir e deglutir, que usam ou usaram sedativos e pessoas acamadas, ou com mobilidade limitada.
Milhões de vidas salvas
O Movimento Doentes pela Vacinação recorda que milhões de vida têm sido salvas através dos programas de vacinação, que correspondem, em média, a apenas 0,5% dos orçamentos da Saúde.
"Para os doentes com DPOC e outras doenças respiratórias crónicas, a vacinação contra a pneumonia é mandatória. Existem outros grupos, como os diabéticos ou os doentes cardíacos crónicos que também devem beneficiar da vacina antipneumocócica", continua Isabel Saraiva.
"A evidência demonstra a sua eficácia, nomeadamente na redução das exacerbações que são eventos graves com consequências imprevisíveis. Com o alargamento da comparticipação, alargar-se-á, também, o número daqueles que terão a oportunidade de se vacinar. Sem dúvida, um grande avanço e uma vitória para quem, como nós, tem no acesso à vacinação a sua grande batalha", conclui.
A Vacina Pneumocócica Conjugada está indicada para todas as faixas etárias e, para além da pneumonia (forma mais comum na idade adulta), previne doenças graves como a meningite ou a septicemia.
Comentários