"Foi com enorme satisfação que recebemos a notícia do alargamento da comparticipação dos 15 para os 37%. Para além dos benefícios práticos – melhoria do acesso – o aumento da comparticipação da vacina reconhece o seu valor e reforça o seu papel fundamental na promoção da Saúde Pública", afirma Isabel Saraiva, fundadora do Movimento Doentes pela Vacinação.

15 doenças que ainda não têm cura
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"Fazemos da sensibilização da população, das autoridades e dos profissionais de saúde a nossa bandeira. Com o alargamento da comparticipação, aumenta, também, o número de pessoas que poderão beneficiar desta vacina. E quem mais vai beneficiar serão, sem dúvida, os grupos de risco, para quem já está indicada pela DGS", acrescenta.

A infeção por Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é uma causa comum de morbilidade e mortalidade, sendo responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo.

Quem tem direito à vacina gratuita?

Para além dos recém-nascidos, o Programa Nacional de Vacinação prevê a imunização antipneumoncócica gratuita de alguma população adulta.

Segundo a Norma 011/2015 da Direção-Geral da Saúde, os grupos de adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica (DIP) devem vacinar-se.

Grupos de alto risco como portadores de VIH/Sida, pessoas cuja imunidade está comprometida, pessoas com linfomas ou que tenham retirado o baço, estão entre aqueles que têm direito à vacinação sem quaisquer custos.

O pneumococo é a bactéria responsável por, aproximadamente, 1,6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.

Potencialmente fatal, a pneumonia é uma doença com consequências graves para o doente e uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.

A doença é mais prevalente nas crianças e nos adultos com mais de 65 anos mas, de acordo com a Direção Geral da Saúde, a vacinação antipneumocócica está altamente recomendada a todos os adultos que tenham algum tipo de doença crónica, nomeadamente Diabetes, Doença Cardíaca Crónica, Asma ou DPOC.

Entre os mais suscetíveis encontram-se, também, pessoas com doença hepática crónica ou sistema imunológico frágil, que sofram de outras doenças pulmonares, que tenham dificuldade em tossir e deglutir, que usam ou usaram sedativos e pessoas acamadas, ou com mobilidade limitada.

Milhões de vidas salvas

O Movimento Doentes pela Vacinação recorda que milhões de vida têm sido salvas através dos programas de vacinação, que correspondem, em média, a apenas 0,5% dos orçamentos da Saúde.

"Para os doentes com DPOC e outras doenças respiratórias crónicas, a vacinação contra a pneumonia é mandatória. Existem outros grupos, como os diabéticos ou os doentes cardíacos crónicos que também devem beneficiar da vacina antipneumocócica", continua Isabel Saraiva.

"A evidência demonstra a sua eficácia, nomeadamente na redução das exacerbações que são eventos graves com consequências imprevisíveis. Com o alargamento da comparticipação, alargar-se-á, também, o número daqueles que terão a oportunidade de se vacinar. Sem dúvida, um grande avanço e uma vitória para quem, como nós, tem no acesso à vacinação a sua grande batalha", conclui.

A Vacina Pneumocócica Conjugada está indicada para todas as faixas etárias e, para além da pneumonia (forma mais comum na idade adulta), previne doenças graves como a meningite ou a septicemia.