De acordo com uma nota dos pesquisadores, divulgada na página da Universidade de Leeds, a Phyllanthus engleri, também conhecida como phyllanthus, um género botânico pertencente à família Phyllanthaceae, que contém uma substância química, Englerin A, que inibe o crescimento de vários tipos de células cancerígenas.

Os estudos anteriores apontam para o potencial desta planta encontrada em Moçambique, Tanzânia, Zâmbia, Malaui, Zimbabué e na África do Sul, mas foi a pesquisa da Universidade de Leeds que descobriu as razões que fazem com que a substância química deixe de crescer e de se multiplicar.

"Englerin A é particularmente interessante porque é seletiva - pois só mata as células cancerosas renais e alguns outros tipos de células cancerígenas. Outros tipos de células são resistentes a ele, por isso acho que tem um grande potencial” para inibir o crescimento das células do cancro do rim, disse o investigador David Beech, professor da Escola de Medicina da Universidade de Leeds.

A equipa descobriu que, em quantidades muito pequenas, a Englerin A ativa uma proteína particular, TRPC4, que “provoca alterações na célula do cancro renal, o que mata” a célula.

Cancro altamente mortal

No Reino Unido, cerca de 10.000 novos casos de cancro renal são anualmente diagnosticados, metade das quais sobrevivem pelo menos uma década depois do diagnóstico.

De acordo com a página da rede de cuidados oncológicos das Unidades CUF, “em Portugal o cancro do rim representa cerca de 1,8% de todos os tumores malignos, estimando-se que surjam cerca de 600 a 700 novos casos por ano”, da doença que “é ligeiramente mais frequente nos homens do que nas mulheres e é geralmente diagnosticado entre os 50 e os 70 anos”.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts publicou um estudo sobre o preço dos medicamentos de cancro que indica que, desde 1995, o preço de pelo menos 58 tipos de medicamentos contra a doença aumentou em 10 por cento por ano.

“Esta descoberta inesperada é emocionante porque significa que poderíamos desenvolver novos medicamentos contra o cancro no sentido de estas proteínas codificadoras, em particular o TRPC4 e TRPC5”, disse David Beech.

"Este é apenas o primeiro passo em uma jornada - embora nossos estudos têm sido em laboratório, não em pacientes. Pode levar alguns anos para desenvolver uma droga que efetivamente tenha as pessoas como alvo destas células cancerosas renais”, acrescentou.