A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria considera que o Plano Nacional de Saúde Mental está desajustado da realidade da crise vivida atualmente e critica o encerramento de instituições psiquiátricas sem a garantia de alternativas.
Em declarações à agência Lusa no Dia Mundial da Saúde Mental, hoje assinalado, o presidente da sociedade, António Palha, considerou ainda que as verbas destinadas à saúde mental são escassas.
“O orçamento para a saúde mental é uma pequeníssima parte daquilo que deveria ser e, sem essa modificação qualitativa, é impossível fazer um plano coerente. É necessário fazer uma reformulação em relação ao que é a realidade atual”, declarou.
Para o psiquiatra, em Portugal, as leis e as linhas de orientação internacionais da área da saúde mental não são cumpridas ou postas em prática
Segundo a Sociedade, o Plano Nacional de Saúde Mental está “distanciado das necessidades reais da população portuguesa” e não atende à dimensão financeira e cultural portuguesa.
“É apenas um plano ideologicamente fundamentado sem possibilidades de resposta às necessidades concretas da população portuguesa nos dias de crise financeira de hoje”, defende a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.
Em declarações à Lusa, António Palha lamentou ainda que se tenham encerrado e desmembrado unidades de psiquiatria sem a garantia de alternativas e mantendo as mesmas ofertas de reabilitação e inclusão social dos doentes crónicos como há 20 anos.
A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria avisa ainda que os cuidados continuados em saúde mental estão “muitíssimo atrasados”, sendo, a par da reabilitação em psiquiatria, uma das grandes lacunas da assistência no país.
10 de outubro de 2012
@Lusa
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