"A Ordem dos Médicos apela ao Ministério da Saúde e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) que a acompanhem nesta averiguação, de forma a clarificar a situação no mais curto espaço de tempo", lê-se num comunicado divulgado hoje pelo Conselho Regional Sul da Ordem dos Médicos.

Aquele organismo considerou que as razões que alegadamente levaram à demissão de três diretores de serviços de Medicina do Hospital de Faro são "muito preocupantes" e, a confirmar-se a alegada existência de pressões para a atribuição de altas precoces, a situação "ameaça seriamente a segurança dos doentes".

Visita para ouvir versão dos médicos

O Conselho Regional do Sul da OM acrescentou que vai avançar com uma visita ao Hospital de Faro, para ouvir os médicos, os diretores de serviço e as explicações que o Conselho de Administração tenha para o caso.

"Caso se confirmem estes factos (...) não haverá qualquer argumento que possa ser aceitável e a situação deve ter consequências legais e ser de imediato suspensa qualquer orientação que possa vir a revelar-se prejudicial para os doentes", sublinham.

Na terça-feira o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou o pedido de demissão de três diretores de serviço que alegam falta de resposta para a sobrelotação de doentes e pressões para atribuírem altas precoces, face ao aumento da procura e as consequentes dificuldades no internamento.

A administração do CHUA, por seu turno, já negou ter pedido aos três diretores demissionários dos serviços de Medicina Interna que "adotassem qualquer medida que colocasse em causa as boas práticas clínicas".

Ministro desvaloriza

Já esta manhã, o ministro da Saúde considerou uma situação pontual a “intenção de demissão” de três diretores de serviço do hospital de Faro, lembrando que, no país, há cerca de 1.800 profissionais com cargos idênticos.

Depois de questionado pelo PSD na comissão parlamentar de Saúde sobre três diretores dos serviços de Medicina em Faro que estão demissionários, o ministro Adalberto Campos Fernandes indicou que a informação que tem é de que “houve uma manifestação de intenção de saída”.Indicando que acredita que a situação será contornada ou resolvida, o ministro afirmou ainda que há “cerca de 1.800 diretores de serviço” nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, entendendo que é uma situação circunscrita e pontual.