A Ordem dos Psicólogos, cujo primeiro ano de mandato de destinou a organizar a classe em torno de um novo código deontológico, prepara-se para lançar os colégios de especialidade em três áreas, trabalho que deverá estar concluído em 2012.

“Estimamos que, pelo menos, começaremos com 3 especialidades: a psicologia da educação, a psicologia clínica e da saúde e a psicologia das organizações, as três grandes áreas de contexto de trabalho dos psicólogos”, disse hoje à agência Lusa o bastonário, Telmo Batista.

O responsável falava à margem do II Fórum de Psicologia da Universidade da Beira Interior (UBI), que hoje decorre na Covilhã.

“Espero que tudo isto esteja terminado dentro de uma ano”, afirmou o psicólogo, acrescentando que estes profissionais terão oportunidade de fazer “estudos complementares que lhes reconhecem que são especialistas dentro de uma área específica”.

Ao fim do primeiro ano de mandato, Telmo Batista considera que os psicólogos passaram a ser ouvidos sobre questões relacionadas com a profissão, o que antes não acontecia: “Hoje temos assento em órgãos onde se tomam decisões ou se dá conselho sobre aspetos que implicam o trabalho dos psicólogos. Estou a falar do Conselho Nacional de Saúde Mental ou de pertencermos ao Conselho Consultivo da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior ou ao Conselho Regional de Saúde Mental”.

Antes da intervenção na UBI, sublinhou também que neste momento existe um código deontológico que é obrigatório para todos os psicólogos, bem como a inscrição na Ordem.

“Havia outros códigos, mas não com o caráter que este tem. É um código totalmente impositivo, com instrumentos, como é o caso do Conselho Jurisdicional da Ordem, que permitem julgar as queixas”, referiu.

Para Temo Batista, “o utilizador de psicologia hoje em dia está muito mais defendido”, dispondo de um local onde pode apresentar as queixas se entender que foi alvo de algo eticamente pouco recomendável.

O código baliza também a relação com a Comunicação Social: “Quando solicitados a comentar publicamente casos particulares, os psicólogos pronunciam-se sobre os problemas psicológicos em questão, mas não sobre os casos específicos, ou seja, a partir de agora não podem estar a pronunciar-se sobre o caso do sr. A e do sr. B. Podem falar da perturbação e do que está envolvido nas perturbações, mas não podem fazer comentários”.

Uma medida “relativamente comum nos códigos internacionais”, que resultou de um trabalho de pesquisa e aprofundamento das regras para evitar especulações, “muitas vezes com desconhecimento de causa”.

O novo código foi aprovado em março, já está publicado em Diário da República e será distribuído a todos os psicólogos.

29 de abril de 2011

Fonte: LUSA/SAPO