Perante a gravidade da situação, reportada insistentemente à Ordem dos Médicos, a Secção Regional do Centro assinala que este número poderá estar aquém dos que ainda não integraram a vacinação. A título de exemplo, destes 1.037 médicos que ainda não foram vacinados e nem sequer chamados para tal, 29,89% fazem urgência. Reportando-nos à mesma lista 65,19% estão no setor privado.
Os dados são taxativos e revelam que o País ainda está muito longe de ter vacinados os grupos prioritários da primeira fase, designadamente a vacinação dos médicos quer do Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer do setor privado e social.
“Temos recebido muitas queixas de médicos na sequência de falta de vacinação, quer nos hospitais e centros de saúde do SNS quer noutros locais tais como clínicas, consultórios e ou outras instituições prestadoras de cuidados de saúde. O volume de queixas é inédito. Nunca, num mês, a Ordem dos Médicos recebeu tantas queixas e pedidos de ajuda”, declara o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
“Apelamos a que não se deixe os profissionais de saúde desprotegidos. Todos estão em grande esforço, a dar o seu contributo inestimável neste momento crítico da pandemia”. Carlos Cortes diz ainda que para além dos médicos especialistas, também há médicos internos de formação geral e formação específica que estão a aguardar a inoculação pela vacina contra a COVID-19.
No entender do presidente da SRCOM é urgente exigir ao Ministério da Saúde/task force/e Administração Regional de Saúde do Centro que possam acautelar de imediato que nenhum médico fica de fora no âmbito deste plano de vacinação, independentemente do local onde trabalhe. “O que temos assistido - com a usurpação de vacinas e desrespeito das prioridades - tem de ser investigado, corrigido, identificando os responsáveis”.
A Ordem dos Médicos enviará todas as denúncias para o Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde (DGS), task force do Plano de Vacinação contra a COVID-19 e Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.269.346 mortos resultantes de mais de 104,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Desde o início da pandemia, Portugal registou 13.482 mortes associadas à COVID-19 e 748.858 casos de infeção. Em relação a quarta-feira, contabilizam-se mais 225 óbitos e 7.914 infetados.
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