23 de setembro de 2014 - 08h44
 A secção regional do sul da Ordem dos Enfermeiros está preocupada com o défice de profissionais nos serviços de saúde, razão por que manifesta apoio à greve marcada para os dias 24 e 25 deste mês.
“A secção regional do sul está preocupada com uma das questões fundamentais desta greve, que é o défice de enfermeiros, por via das aposentações, mas também das saídas para o estrangeiro, para sector privado e social, e às quais não têm sido dadas repostas”, disse à Lusa Alexandre Tomás, presidente do Conselho Diretivo da secção regional do sul da Ordem dos Enfermeiros.
Segundo este responsável, há uma “manifesta falta de enfermeiros, um número muito significativo de horas extraordinárias e consequente exaustão dos profissionais, evidente em vários serviços”.
Salvaguardando que não é função da ordem pronunciar-se sobre as greves, convocadas pelos sindicatos, o enfermeiro entende que este é um “aspeto fundamental que deve ser reforçado”.
Alexandre Tomás reforçou que é uma greve que assenta não numa exigência corporativa, mas de necessidade de profissionais, necessários aos utentes.
“Mais do que lutar por regalias profissionais, que é legítimo, é porque não há condições de resposta aos cidadãos”, sublinhou.
Apesar de a falta de enfermeiros ser um problema em todo o país, Alexandre Tomás lembra que o Algarve é uma das regiões de carência efetiva, assim como ao nível dos cuidados saúde primários, na Área Metropolitana de Lisboa e nas unidades de cuidados continuados.
Quanto ao recente anúncio da tutela de contratação de mil enfermeiros até ao final do ano, o responsável considera que o número está muito aquém do que é necessário.
“Além disso, temos que olhar com rigor os contextos. Anunciar a contratação de mil enfermeiros não resolve. Em 2012, o Ministério da Saúde anunciou a contratação de 750 enfermeiro e ainda hoje essa contratação não está resolvida”, disse, acrescentando que “o mais importante não é o anúncio da contratação, é quando vamos ter estes enfermeiros efetivamente nos serviços”.
Por SAPO Saúde/Lusa