No debate potestativo requerido pelo Juntos Pelo Povo (JPP) sobre o setor da Saúde na Madeira, o presidente do Grupo Parlamentar do CDS/PP, Rui Barreto, disse, dirigindo-se ao secretário regional da Saúde, João Faria Nunes, que os problemas na saúde não começaram com aquele responsável, “mas agravaram-se com a sua governação".
O deputado indicou, como exemplos, as 19.500 pessoas à espera de cirurgias, os 1.100 dias que os doentes têm de aguardar por consulta e os mais de 31.000 utentes em lista de espera, tendo a bancada centrista criticado ainda o subfinanciamento do setor, de 225 para 180 milhões de euros.
O líder parlamentar do PS, Jaime Leandro, sublinhou serem "necessárias medidas urgentes" no Sistema Regional de Saúde. "Se não consegue implementar, se não tem condições para executar no seu mandato, demita-se", exortou.
Roberto Almada, do BE, disse, por seu turno, que aquilo que falta "é um secretário regional de Saúde na Madeira", exemplificando com o caso da falta de "medicamentos antirretrovirais" destinados aos doentes seropositivos. O deputado considerou que o debate foi "uma oportunidade perdida", porque os deputados esperavam que o secretário regional trouxesse "respostas concretas", que deviam ter como preocupação central o utente. "Andamos à deriva, como um barco sem arrais", declarou.
Sílvia Vasconcelos, do PCP, defendeu, por sua vez, que o problema no setor da Saúde "passa pelo combate às listas de espera" e por proporcionar "um melhor acesso" a uma saúde com "qualidade".
O deputado independente (ex-PND), Gil Canha, também referiu que a situação na Saúde na Região "é preocupante" devido ao "desmazelo" dos governos do PSD, que "deram um papel secundário à Saúde", ao preferirem "a festa, o vinho seco, a espetada e as obras faraónicas".
José Manuel Coelho, do PTP, ao considerar que o Sistema Regional de Saúde tem falta de dinheiro, ofereceu ao secretário regional da tutela uma ratoeira, papel higiénico e algodão para colmatar eventuais faltas nas unidades hospitalares, o que fez com que os secretários regionais da Saúde e dos Assuntos Parlamentares e Europeus abandonassem momentaneamente o debate.
No final da sessão, o deputado do JPP, Élvio Sousa, considerou que neste debate houve "mais perguntas do que respostas, mais dúvidas do que afirmações consistentes, bem demonstrativo da situação caótica do Serviço Regional de Saúde". "Batemos no fundo senhor secretário", concluiu.
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