“Estamos a debater com o Ministério do Poder Popular para a Saúde onde estão as prioridades para poder intervir nas áreas da saúde comunitária integral, reforçar as capacidades de gestão, o desenvolvimento, a entrega de medicamentos e material médico, e recuperar as infraestruturas”, disse Cristian Morales à estação de televisão Globovisión.
Morales, que é também representante na Venezuela da Organização Pan-americana da Saúde precisou que os 32 projetos vão apoiar “quase 600 áreas de saúde comunitária integral”.
O apoio, disse, “é sob a forma de medicamentos e material médico para reforçar a capacidade dos centros de saúde, dos centros de diagnóstico integral” e também “na formação requerida pelos recursos humanos em saúde”.
“Temos de construir os cenários de formação e educativos, melhorar as condições de vida dos recursos humanos que têm funcionado durante muitos anos em condições muito complexas, que foram exacerbadas pela pandemia da covid-19”, disse.
Segundo Cristian Morales, há também que “reforçar a capacidade de gestão, para melhorar a forma como os recursos e as instituições de saúde são geridas, e a importante relação entre o sistema de saúde e a comunidade”.
Por outro lado, explicou que em toda a América Latina, os sistemas de saúde “se caracterizam principalmente por serem altamente fragmentados”, atendendo populações diferentes, trabalhadores formais, informais e do setor privado, com “uma segmentação de acordo com o estatuto de emprego e a capacidade de pagamento”.
São também “sistemas de saúde com uma alta percentagem de gasto privado proveniente da algibeira das pessoas, o que é ineficiente” porque, “quando enfrentamos uma doença e temos que pagar com o pouco que temos, muitas vezes caímos na pobreza ou não podemos sair da pobreza”, disse Morales.
“Enfrentamos uma situação de retrocesso da maior parte dos indicadores de saúde dos países da região. Isso não afeta apenas a Venezuela, afeta todos os países”, acrescentou.
“Há décadas que temos vacinas que permitem salvar vidas de crianças com doenças imunopreveníveis. No entanto, essa taxas [de vacinação] caíram, o que expõe essa população a surtos epidémicos”, frisou Cristian Morales.
O representante da OMS explicou ainda que há “um aumento da mortalidade materna e um atraso que se acumula com relação às patologias que necessitam de uma intervenção cirúrgica”.
“Na Venezuela o que estamos a tentar fazer neste momento é recuperar o primeiro nível de cuidados, recuperar as áreas de saúde comunitária integral (…) porque necessitamos de ser capazes de resolver os problemas a que não conseguimos responder”, sublinhou.
A Venezuela, disse Morales, precisa recuperar a sua indústria farmacêutica, a sua capacidade de produzir medicamentos, vacinas e equipamentos, e não depender de outros países.
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