Medicamentos como o ibuprofeno e o paracetamol e substâncias como a cocaína e a cafeína já são encontrados nas águas da Antártida, por vezes em quantidades semelhantes às presentes em cursos de água espanhóis, belgas, italianos ou britânicos e onde o volume populacional é muito superior.

"A presença humana está a introduzir contaminantes (...) e, em função da sua toxicidade, persistência ou bioacumulação, podem causar danos no ecossistema antártico", afirmou Yolanda Valcárcel, investigadora da Universidade Rey Juan Carlos de Madrid e co-autora do estudo, citada pelo "El País".

A Antártida é visitada anualmente por milhares de turistas e o frio extremo que se sente naquela região "pode retardar ou impedir os processos de degradação bacteriana e a foto-degradação" dos componentes encontrados, lê-se no estudo.

Os investigadores acreditam que estes componentes poderem causar danos na fauna da Antártida ao entrarem na cadeira alimentar.

A investigação foi feita com o objetivo de encontrar nas águas antárcticas a presença de 25 medicamentos e outras 21 substâncias ilegais, sendo que se confirmaram 12 dessas substâncias.

As amostras foram retiradas de córregos, lagoas, drenos e reservas de águas residuais não tratadas, por cientistas do Instituto Geológico e Mineiro da Universidade Autónoma de Madrid em parceria com o Instituto Nacional da Água da Argentina.

O turismo na Antártida tem registado um crescimento contínuo. Só em 2016 recebeu 37 400 visitantes, a maioria deles no verão.

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