1.000 mortes num mês
O Sars-CoV-2, o vírus responsável pela COVID-19, espalhou-se no início do ano rapidamente na China, em particular na cidade de Wuhan, onde foi detetado em dezembro.
Num mês, a China registou mais de mil mortes, saldo mais grave do que o causado pela SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que circulou na Ásia em 2002-2003, e que foi fatal para 774 pessoas.
A partir de fevereiro, o vírus começou a circular rapidamente fora da China. As Filipinas registaram a sua primeira morte a 2 de fevereiro; Hong Kong, dois dias depois; seguidos por Japão e França, em 13 e 14 de fevereiro.
De epidemia para pandemia
Em apenas oito dias, de 11 a 19 de fevereiro, são anunciadas mais mil mortes, principalmente na China. A propagação do vírus acelera.
A 11 de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus uma "pandemia", 30 países e territórios registavam 4.500 mortes, dois terços delas na China.
A Itália, que somava 800 mortes na época, e o Irão (300) veem um aumento vertiginoso dos casos de infeções e mortes.
Até meados de abril, o número de mortes diárias registadas na Europa e nos Estados Unidos não parou de aumentar. Na segunda semana de abril, o Velho Continente registava mais de 4.000 mortes por dia, em média, e os Estados Unidos, 2.700.
Cinco meses depois, os Estados Unidos são o país mais atingido em número de mortes, com mais de 200.000.
Globalmente, a semana mais letal foi registada de 13 a 19 de abril. Todos os dias, mais de 7.400 mortes pelo vírus eram oficialmente anunciadas e o total no mundo chegava então a quase 170 mil mortes, o dobro de 31 de março.
América Latina, o novo epicentro
Em junho, o epicentro da pandemia mudou para a região da América Latina e do Caribe.
A partir de 15 de julho, durante um mês, a região teve uma média de 2.500 mortes por dia, número que diminuiu lentamente a partir de 15 de agosto, para registar 1.900 mortes por dia na semana passada.
O Brasil, depois dos Estados Unidos, é o país que regista o maior número de mortes por coronavírus, com mais de 138 mil.
Em relação à população, Peru (958 mortes por milhão de habitantes), Bolívia (659), Brasil (650), Chile (644) e Equador (630) estão entre os dez países mais afetados no mundo, juntamente com a Bélgica (859) e Espanha (661).
Segunda onda
Na Ásia, onde menos de 100 mortes eram registadas por dia até meados de abril, o aumento de casos continua desde então.
Desde 20 de julho, a região ultrapassa 1.000 mortes quase todos os dias, e está perto de 1.500, principalmente devido à situação na Índia, que soma 90.000 óbitos.
A preocupação com uma segunda onda da pandemia está a crescer na Europa. A região registou um aumento de 20% nos casos esta semana em relação à semana anterior. As mortes também estão a aumentar (614, +28%).
O Médio Oriente experimentou um pico de mortes durante o verão (boreal) e, em seguida, um ligeiro declínio. Mas a situação piorou e, na semana passada, ocorreram em média 330 mortes por dia, 18% a mais que na anterior.
O continente africano, oficialmente o menos afetado pela pandemia, regista cada vez menos mortes desde agosto (menos de 200 mortes por dia em meados de setembro).
A Oceania, onde o número de mortes por dia nunca ultrapassou a média de 20 pessoas, está agora abaixo de dez.
Em todo mundo, a curva está em num "platô" desde o início de junho, com cerca de 5.000 mortes por dia, segundo dados oficiais.
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