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Dispositivo estimula o nervo ótico, fazendo com que este envie os dados visuais ao cérebro
25 de fevereiro de 2013 - 14h45
Um novo implante ocular denominado Alpha IMS e desenvolvido na Alemanha conseguiu restaurar a visão de vários invisuais com retinite pigmentosa durante um ensaio clínico cujos resultados foram agora apresentados.
O sistema, criado pela empresa alemã Retina Implant AG, especialista no desenvolvimento de implantes sub-retinais, consiste num micro-chip eletrónico sem fios com 3x3 milímetros e com uma resolução de 1.500 pixéis. O dispositivo, implantado sob a retina, estimula o nervo ótico, fazendo com que este envie os dados visuais ao cérebro.
Uma das grandes vantagens do sistema é que, ao contrário de outros métodos similares, este implante não se apoia numa câmara externa: em vez disso, a luz é detetada no interior do olho do paciente, fazendo com que este possa mover os olhos para ver o que se passa à sua volta em vez de movimentar a cabeça.
O Alpha IMS apresenta uma grelha de resolução superior à dos seus antecessores e, por ser implantado diretamente sob a retina, permite que esta parte do olho processe as informações recebidas antes de as enviar ao córtex visual.
Em comunicado, a Retina Implant AG revela que o seu mais recente ensaio clínico em humanos, o segundo desde 2005, envolveu nove pacientes alemães com retinite pigmentosa, uma doença hereditária que causa a degeneração da retina e consequente cegueira.
Ao longo dos três a nove meses de observação, a visão funcional da maioria dos voluntários foi recuperada e dois dos participantes no ensaio conseguiram mesmo ver com uma resolução superior à alcançada pelos pacientes dos primeiros testes clínicos com o dispositivo.
"Dos nove pacientes observados ao longo do estudo, três foram capazes de ler letras espontaneamente. Durante a observação dentro e fora do laboratório, os pacientes reportaram também a capacidade de reconhecer rostos, distinguir objetos como telefones e ler sinais em portas", revelou a Retina Implant AG.
“Os resultados do primeiro ensaio clínico com humanos já tinham excedido as expetativas" e a equipa "está ainda mais encorajada pelos resultados do segundo ensaio", comentou Eberhart Zrenner, coordenador da investigação publicada na revista científica Proceedings of the Royal Society.
SAPO Saúde
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