Um estudo publicado na revista Nature Medicine destaca o risco do uso de "passaportes de imunidade" para a COVID-19 e defende o uso prolongado de intervenções de saúde pública, como o distanciamento social e o isolamento de grupos de risco.
As autoridades de saúde em alguns países como a Alemanha estão a debater a ética e os aspetos práticos de permitir que as pessoas que testam positivo para anticorpos se movam mais livremente do que outras.
O estudo, baseado em 37 pacientes sintomáticos e 37 assintomáticos, constatou que daqueles que testaram positivo para a presença do anticorpos IgG, um dos principais tipos de anticorpos induzidos após a infeção, mais de 90% apresentaram declínios acentuados dessa imunidade em dois a três meses.
A percentagem média de redução da imunidade foi superior a 70% para pacientes sintomáticos e assintomáticos.
O estudo foi conduzido por investigadores da Universidade Médica de Chongqing, uma filial do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças.
Jin Dong-Yan, professor de virologia da Universidade de Hong Kong que não fez parte do grupo desta pesquisa, refere que esta investigação não nega a possibilidade de outras partes do sistema imunitário oferecerem proteção contra este vírus.
Este virologista alerta ainda para o facto da amostra utilizada no estudo (64 pessoas) ser baixa.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje que a pandemia, que desde dezembro já causou a morte a pelo menos 468.518 pessoas e infetou quase nove milhões em todo o mundo, continua “a acelerar-se” globalmente, com “o último milhão de casos de infeção diagnosticados em apenas oito dias”.
Portugal regista hoje mais quatro mortos relacionados com a COVID-19 do que no domingo e mais 259 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados da DGS indicam 1.534 mortes relacionadas com a covid-19 e 39.392 casos confirmados em Portugal desde o início da pandemia.
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