A Universidade de Lisboa aderiu esta semana à Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral, um consórcio formado por mais cinco instituições universitárias que desenvolve, de forma conjugada, investigação avançada sobre o cérebro.

Criado em 2007, e liderado pela Universidade de Coimbra, este consórcio, com a configuração jurídica de associação, agregava até agora também as universidades de Aveiro, Minho, Porto e Católica.

"É uma adesão importante, pois é a sexta universidade a aderir a este consórcio que permite fazer investigação de ponta, que de outra forma não seria possível", disse à agência Lusa o coordenador científico da rede, Miguel Castelo Branco.

Na sua perspetiva, a incorporação da Universidade de Lisboa "aumenta a massa crítica e a competitividade", pelo aumento dos investigadores, mas também pelo envolvimento dos centros de investigação que fazem parte daquela instituição.

Miguel Castelo Branco realça que a Universidade de Lisboa "tem uma grande tradição nas doenças neurológicas", nas doenças neurodegenerativas, nas perturbações da linguagem, nos acidentes vasculares cerebrais.

Por outro lado, diz que a investigação fundamental que é feita em Lisboa na área da biologia molecular poderá ser complementada na rede com imagem molecular, através do equipamento existente em Coimbra que permite visualizar moléculas no organismo intacto.

A Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral é um consórcio de universidades portuguesas, apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Foi concebido para potenciar a produção de ciência, ligar investigadores, facilitar o acesso a infraestruturas, sistemas, bases de dados e conhecimento na área da imagiologia cerebral.

Segundo Miguel Castelo Branco, nesse âmbito são desenvolvidos estudos em pessoas, quer na saúde, quer na doença, que exigem conhecimentos em várias áreas, desde a física, instrumentação, engenharia, imagiologia, medicina, biologia ou psicologia.

São também estudadas as funções do cérebro quando se executam funções cognitivas, também para perceber os mecanismos das doenças e fazer o diagnóstico precoce em patologias neurodegenerativas, como a Alzheimer ou a Parkinson.

"Estamos a entrar numa era em que é difícil trabalharmos sozinhos", referiu à agência Lusa Miguel Castelo Branco, igualmente diretor do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI), da Universidade de Coimbra, onde a rede tem o seu pólo.

Segundo o responsável, os resultados dos estudos desenvolvidos "têm uma aplicação prática muito importante" na medicina, quer ao nível do diagnóstico, quer da monitorização da terapêutica prescrita.

"Num país como o nosso não faz sentido certos equipamento serem detidas só por uma instituição", sustenta, frisando que a rede, além da partilha de equipamentos, partilha também conhecimentos, dados científicos e fomenta a formação.

07 de novembro de 2011

@Lusa

A adesão da Universidade de Lisboa à Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral foi concretizada esta semana em Coimbra no âmbito de um encontro nacional de membros, integrado no III Encontro Anual do IBILI, de âmbito internacional, que começou terça-feira e hoje encerra.