"O meu nome é Matt, tenho Monkeypox, isto é mau e tu não a vais querer", começa por dizer o jovem californiano num vídeo que partilhou nas redes sociais. "Primeiramente parece estar a afetar homens queer, mas pode literalmente espalhar-se para qualquer pessoa", acrescentou, referindo-se à infeção humana pelo vírus Monkeypox que está a atingir países nos vários continentes. Até agora foram contabilizados 415 casos confirmados de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal desde maio.

Matt Ford, um jovem californiano que tem erupções cutâneas na cara, braços, mãos, barriga e "noutras áreas sensíveis do corpo", como o próprio relata, diz que tem mais de 25 borbulhas decorrentes da infeção no corpo todo. "Como estava a ser muito doloroso, tive de procurar o meu médico para tomar analgésicos para poder dormir", adianta. "É mesmo muito doloroso", frisou.

"Para além das borbulhas, e mesmo antes delas, tive sintomas intensos semelhantes a uma gripe, como dor de garganta, tosse, febre, calafrios, suores noturnos, gânglios inflamados", indicou.

"Se puderes tomar a vacina [contra a varíola], toma, e, entretanto, alerto-te para que, por favor, sejas cuidadoso, estejas seguro, e consciente de um eventual contacto prolongado com alguém que possa ter a doença", advertiu. "Não deves ter qualquer estigma em relação a esta doença. Não deve haver vergonha", sublinhou no vídeo partilhado no Twitter e no TikTok.

Como se transmite?

O Monkeypox, da família do vírus que causa a varíola, é transmitido de pessoa para pessoa por contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados.

Recentemente, a DGS publicou uma orientação que define a abordagem clínica e epidemiológica dos casos de infeção humana por vírus Monkeypox, prevendo que as situações suspeitas sejam referenciadas rapidamente para observação médica e que os contactos assintomáticos podem continuar a manter as suas rotinas diárias, não necessitando de isolamento.

O período de incubação varia entre cinco e os 21 dias, sendo em média de seis a 16 dias, e os sintomas iniciam-se com febre, cefaleia, astenia, mialgia ou adenomegalias, aos quais se segue o aparecimento do exantema (erupção cutânea).

Num documento publicado no 'site' sobre a doença, a DGS aconselha a quem tiver sintomas e sinais compatíveis com a doença, e sobretudo se tiver tido contacto próximo com alguém que possa eventualmente estar infetado, para entrar em contacto com centros de rastreio de infeções sexualmente transmissíveis, recorrer a serviços de urgência para aconselhamento e avaliação ou ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).

A DGS explica que a infeção pode ser transmitida de uma pessoa para outra através de contacto físico próximo, incluindo contacto sexual. "Atualmente não se sabe se o vírus Monkeypox pode ser transmitido através de sémen ou fluidos vaginais, mas o contacto direto, pele com pele, com lesões em práticas sexuais pode transmiti-lo", sublinha no documento.

O contacto com vestuário pessoal, roupas de cama, atoalhados, objetos como talheres, pratos ou outros utensílios de uso pessoal contaminados também podem transmitir a infeção. “As pessoas que interagem de forma próxima com alguém que está infetado, incluindo os profissionais da saúde, os coabitantes e os parceiros sexuais são, por conseguinte, pessoas com maior risco de lhes ser transmitida a doença”, lê-se no documento, acrescentando que “não está ainda suficientemente esclarecido se alguém infetado pelo vírus, mas que ainda não desenvolveu quaisquer sinais ou sintoma da infeção (portanto durante o período de incubação), pode transmitir o vírus”.

Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas. As lesões cutâneas geralmente começam entre um a três dias após o início da febre e podem ser planas ou ligeiramente elevadas, com líquido claro ou amarelado, e acabam por ulcerar e formar crostas que mais tarde secam e caem, refere a DGS.

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