João Malta Coelho, um dos promotores da petição, disse à agência Lusa que este é um problema que já ocorre há vários anos na rua Amélia Rey Colaço.

“Existiam três barracões, sendo um deles o problemático. Em 2014, a Câmara de Lisboa fez um despacho que é claro: dava 30 dias para a execução da obra. Fomos surpreendidos, um ano depois, com a demolição dos dois, dos quais nunca tínhamos feito queixa, e o outro continua de pé”, afirmou.

O peticionário disse estar preocupado, porque “é uma estrutura enorme com mais de 50 anos, toda remendada, situa-se numa zona residencial e existem varandas de apartamento coladas ao telhado do barracão, que está inativo”.

Depois de ter tentado o diálogo com a autarquia lisboeta e com o proprietário do barracão (uma instituição bancária), o grupo de moradores decidiu avançar com uma petição que reuniu mais de 250 assinaturas, que entregou no princípio de fevereiro na Assembleia Municipal.

Questionada pela Lusa, a instituição bancária informou que “não tem conhecimento da existência e conteúdo da referida petição” e que “executou no ano passado” os trabalhos requeridos pela Câmara de Lisboa.

Por seu turno, fonte da autarquia disse que “a cobertura [de um dos pavilhões] apresentava patologias graves e muito graves, não sendo recuperável” e que o banco “cumpriu integralmente a intimação e procedeu à demolição do barracão e à limpeza do terreno”.

Quanto ao barracão que é alvo da petição, a autarquia diz que recebeu um relatório do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), pedido pelo banco, onde se confirma a “presença de fibras de amianto”, mas “todos os valores das amostras analisadas se encontravam abaixo do valor limite de exposição a fibras de amianto, não indiciando risco para a saúde dos utilizadores dos espaços avaliados”.

Segundo a autarquia, o ISQ recomendou uma reavaliação anual da concentração de fibras no ar e a instituição bancária foi recentemente notificada para apresentar a reavaliação de 2015.