"Essas verbas de certeza que foram reafetadas", assegurou Paulo Macedo, falando aos jornalistas à margem da assinatura de dois protocolos entre o Ministério da Saúde e o Governo Regional da Madeira.

O psiquiatra Caldas Almeida, coordenador do programa da União Europeia Joint Action on Mental Health and Wellbeing (ação comum em saúde mental e bem-estar) afirmou na quinta-feira que faltam respostas para os doentes fora dos hospitais, como equipas comunitárias, serviços domiciliários, cuidados continuados ou centros de saúde mental.

O responsável disse ainda que o encerramento de hospitais psiquiátricos, como o Miguel Bombarda, o do Lorvão e a Colónia Agrícola de Arnes, libertou verbas significativas que deveriam ter sido investidas em novos serviços de saúde mental como as equipas comunitárias, mas esse dinheiro não apareceu e o programa parou.

O ministro da Saúde contrariou esta posição, assegurando que, apesar de os edifícios não terem sido vendidos, os custos de funcionamento desses hospitais foram "redirecionados para um conjunto de outras áreas na psiquiatria".

"O que penso que o estudo indica é que precisamos de mais verbas para gastar na área da saúde mental. Aí estamos de acordo e estamos de acordo a vários níveis", disse Paulo Macedo, vincando a necessidade de haver mais camas, mais unidades na comunidade e maior descentralização na prestação dos serviços.

O ministro da Saúde lembrou, por outro lado, que o estudo sobre a saúde mental refere aspetos positivos, como a "ótima progressão em termos de atendimento dos doentes psiquiátricos nos hospitais gerais".