"Mundialmente, oito em cada 10 pessoas têm ou vão ter dores na coluna vertebral. As dores nas costas continuam a ser um dos principais motivos que leva a população a ir ao médico, pela enorme incapacidade que provocam. Estas dores acabam por ter um efeito profundo na saúde da pessoa, impossibilitando-a de realizar as diversas atividades do seu dia a dia", explica Nuno Neves, presidente da SPPCV.
Este ano, o Dia Mundial da Coluna tem como objetivo incentivar a prevenção de lesões na coluna, com a prática do exercício físico e a melhoria da postura. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um em cada quatro adultos não é ativo o suficiente.
O especialista sublinha também: "A maior parte da população portuguesa não dá a devida importância à saúde da sua coluna, até aparecerem os primeiros sintomas. Para prevenir que tal aconteça, é necessário cuidar do nosso corpo, através da prática de atividade física, da adoção de uma alimentação saudável, da diminuição dos esforços e da melhoria da postura".
A lombalgia, a escoliose, a hérnia discal, a doença discal degenerativa e a espondilose são algumas das principais doenças que afetam a coluna.
Sinais de alerta
Todos os anos, em todo o mundo, mais de 500 mil pessoas sofrem uma lesão na coluna e diariamente cerca de três pessoas ficam incapazes de andar.
"Muitas causas são evitáveis, como por exemplo, acidentes rodoviários (de automóvel e/ou moto), quedas, atividades desportivas, mergulhos em águas rasas e atos de violência (incluindo tentativas de suicídio). Este tipo de lesões representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física em idade laboral e são uma das principais causas de ausência no trabalho", acrescenta o especialista num artigo de opinião publicado recentemente.
"De um acidente ou trauma na coluna vertebral resultam, em especial, deformidades secundárias ao traumatismo, potencialmente dolorosas e incapacitantes, e a paralisia. Os sinais e sintomas de lesão na coluna vão depender da gravidade da situação, mas podem incluir dor e rigidez no pescoço, ombros e costas, eventualmente irradiada para os membros, náuseas, cefaleias ou tonturas; alterações da sensibilidade como formigueiros, dormência, diminuição da força nos braços ou pernas; estado de consciência alterado, dificuldades respiratórias e de concentração; perda de controle da bexiga e intestinos", indica.
"As medidas de prevenção podem fazer toda a diferença na saúde da nossa coluna vertebral, visto que estas lesões podem levar à incapacidade ou à morte. É, assim, muito importante que as pessoas modifiquem alguns comportamentos e apostem na prevenção", conclui.
A SPPCV, fundada em 2003, tem o objetivo da promoção, estudo, investigação e divulgação das questões inerentes à problemática da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral.
Comentários