A asma é responsável por múltiplos recursos aos serviços de urgência e por um número crescente de episódios de internamento hospitalar, decorrentes da gravidade clínica relacionada com um deficiente controlo. No entanto, "apenas metade dos asmáticos estão controlados". A garantia é de Mário Morais de Almeida, médico especialista em Imunoalergologia e presidente da Associação Portuguesa de Asmáticos.

Segundo o clínico, a "perceção do asmático acerca do controlo da sua doença é deficiente em cerca de 80% daqueles que têm a sua qualidade de vida significativamente limitada por esta doença".

"A equipa de saúde tem um papel importante na informação e educação do asmático com vista a um melhor conhecimento da doença, aumentando-se ainda a adesão ao tratamento. Tem sido demonstrado que existe uma melhoria significativa no controlo da doença e na redução do uso de medicação de alívio em doentes que recebem reforço de informação. E, ao mesmo tempo, reduzem-se os custos", avisa o médico.

"A educação do doente, bem como a implementação de programas de intervenção, multidisciplinares, permitem um melhor conhecimento da utilização dos fármacos antiasmáticos, nomeadamente dos inaladores, e dos motivos geradores do não controlo da doença, explica o médico.

A asma não passa com a idade

Na maioria dos casos a asma não é difícil de diagnosticar, mesmo na criança. A asma não passa com a idade e os sintomas são a base do diagnóstico da asma.

"A asma pode afetar muito a qualidade de vida, mas pode ser controlada. Se bem utilizados, os tratamentos para a asma não são perigosos e os corticoides por via inalatória são seguros. Contrariamente ao mito que se criou, os broncodilatadores não fazem mal ao coração, perigoso é deixar a asma controlar a nossa vida", conclui o especialista.

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