De acordo com um estudo publicado recentemente numa edição da revista Circulation, a ocorrência de enfartes do miocárdio, vulgarmente conhecidos como ataques cardíacos, está a tornar-se mais comum em mulheres jovens.

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As doenças cardiovasculares continuam a ser a ameaça número um à saúde das mulheres, com mais de dois milhões de mortes prematuras por ano. O risco de morte ou incapacidade devido a estas patologias é largamente subestimado nas mulheres, sendo superior ao risco de morte por cancro - morrem, todos os anos, nove vezes mais mulheres por doença cardiovascular do que por cancro da mama. No entanto, cerca de 80% dos eventos cardíacos podem ser prevenidos.

O estudo supracitado analisou dados de internamentos hospitalares e verificou que os internamentos por enfarte agudo do miocárdio, entre os 35 e os 54 anos, aumentaram de 27% em 1995-99 para 32% em 2010–14.

Precisa-se de estratégias

"Não é o primeiro estudo que revela que as mulheres são de certa forma negligenciadas no tratamento do enfarte. Os profissionais de saúde devem reconhecer esse facto e desencadear estratégias para contrariar essa tendência", comenta José Ferreira Santos, médico e secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Para este especialista, "algumas das diferenças detetadas podem estar relacionadas com o facto de as mulheres apresentarem sintomas menos típicos de enfarte do miocárdio, ou seja, muitos dos sinais que as pessoas conhecem, como a dor torácica, são mais comuns nos homens, enquanto os elementos do sexo feminino tendem a manifestar sintomas como cansaço extremo, pressão intermitente no peito e dor nos braços, costas, pescoço, maxilares ou estômago".

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Embora seja consensual que as mulheres tendem a sofrer mais de doenças cardiovasculares, principalmente após a menopausa, as mulheres que tiveram enfartes, AVC e outras doenças cardiovasculares "continuam a apresentar taxas de mortalidade desproporcionalmente mais altas que os homens", comentou Joseph A. Hill, editor-chefe da revista Circulation.

O cardiologista José Ferreira Santos e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia apelam todas as mulheres para que possam estar atentas ao seu coração adotando seis formas de manter um coração saudável:

1. Praticar atividade física

30 minutos de atividade por dia podem ajudar a prevenir enfartes e AVC. Tente fazer do exercício uma parte regular da sua vida, por exemplo, usando as escadas em vez do elevador ou descendo do autocarro algumas paragens antes e fazendo o resto do caminho a pé;

2. Deixar de fumar e proteja-se do fumo do tabaco

O risco de doença das artérias coronárias reduz para metade um ano após deixar de fumar e retornará ao nível basal após vários anos. Evite ambientes repletos de fumo: a exposição ao fumo passivo aumenta significativamente o risco de enfarte;

3. Manter um peso saudável

A manutenção de um peso adequado e a diminuição da ingestão de sal ajuda a controlar a pressão arterial e diminui o risco de doença cardiovascular e de AVC;

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4. Conhecer os seus números

Avalie regularmente os seus níveis de pressão arterial, colesterol e glicose. A hipertensão arterial é o fator de risco número um para AVC e um fator importante para todas as doenças cardíacas. Níveis elevados de colesterol e glicose no sangue também aumentam o risco;

5. Seguir uma alimentação saudável

Coma muita fruta e legumes frescos, uma grande variedade de grãos integrais, carne magra, peixe, ervilhas, feijões, lentilhas e alimentos com baixo teor de gorduras saturadas. Desconfie de alimentos processados, que geralmente contêm altos níveis de sal. Bebe 1,5 l de água por dia;

6. Estar familiarizado com os sinais de alerta

Habitualmente, os ataques cardíacos manifestam-se de maneira diferente nas mulheres. Aprenda os sinais de alerta pois quanto mais cedo for solicitada ajuda médica, maiores são as hipóteses de uma recuperação completa.