“Salvar vidas não pode ser um crime”, reafirmou hoje a organização em comunicado emitido na véspera do Dia Mundial do Refugiado, que se assinala a 20 de junho.

No documento, a Médicos do Mundo Portugal manifestou-se contra as “medidas persecutórias” e apelou para o respeito pelos direitos de “populações vulneráveis”, defendendo ao mesmo tempo uma maior agilidade no processo de reinstalação.

“Tal como quaisquer outros seres humanos, os refugiados têm direito a uma vida digna, em que os direitos à habitação, ao sustento e à segurança devem ser assegurados”, frisou a MdM.

Defendendo ser fundamental a solidariedade e proteção de quem chega e de quem ajuda, a MdM lembrou que o aumento de refugiados nos últimos anos se deve a situações de guerra, pobreza e catástrofes naturais nos países de origem.

“O seu destino são campos de refugiados no seu país ou em países vizinhos, onde vivem em circunstâncias degradantes”, denunciaram os médicos.

Na Europa, o processo de integração continua a ser “muito lento”, o que leva a que um grande número de pessoas, incluindo crianças, se mantenha em “elevada carência de bens e conforto e até de insalubridade”.

O alerta exige medidas da União Europeia, nomeadamente no acolhimento, atribuição de residência e inserção nas comunidades locais.

“É também indispensável condenar todos os discursos xenófobos, demagógicos e intelectualmente desonestos, que tentam criar nas comunidades locais o medo e a animosidade contra refugiados”, escreveram os Médicos do Mundo, que têm prestado assistência a refugiados em várias partes do mundo.