O trabalho incidiu sobre um tipo de doença inflamatória do intestino que se denomina colite microscópica. A colite microscópica (CM) é uma forma de doença inflamatória intestinal idiopática, que cursa com diarreia não sanguinolenta, afetando especialmente doentes idosos.

A CM pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, devido ao aumento do número de dejeções, presença de urgência, incontinência, diarreia noturna e, por vezes, perda ponderal. Vários estudos mostraram que a maioria dos doentes responde à terapêutica com corticóides, mas estima-se que cerca de 13% dos doentes apresentem um curso recidivante com necessidade de terapêutica imunossupressora e, raramente, cirurgia.

A CM é atualmente considerada a causa de diarreia crónica em 4-13% dos casos. Os estudos epidemiológicos referem um aumento da incidência da CM, atingindo, nalguns países, frequências comparáveis com as formas mais comuns de doença inflamatória intestinal, como a doença de Crohn e colite ulcerosa.

"Neste trabalho procurou-se estudar o papel dos sais biliares na fisiopatologia da doença, nomeadamente, o papel do principal recetor de sais biliares (Recetor Farnesóide X) na doença. Observou-se que os doentes com CM apresentam uma expressão bastante diminuída deste recetor em relação a doentes controlo, o que abre a possibilidade de explorar fármacos agonistas deste recetor no tratamento de doentes mais refractários", explicou a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia em comunicado.

O Prémio Nacional de Gastrenterologia, o mais importante da especialidade em Portugal, tem como finalidade distinguir trabalhos científicos inéditos tendo em vista a prossecução dos objetivos científicos da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. O valor do Prémio Nacional de Gastrenterologia para o ano de 2016 é de 30.000€.

Veja ainda: 15 doenças que não têm cura