“Ao nível da UE, já vacinámos totalmente mais de 80% da nossa população adulta. Este é um marco muito importante, especialmente no que diz respeito à propagação da variante Ómicron”, declarou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Falando em conferência de imprensa na capital sueca, Estocolmo, após uma visita à sede do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a comissária europeia disse ser “importante que se continue a administrar vacinas de reforço a fim de proteger as pessoas dos efeitos mais graves deste vírus”, já que “a vacinação continua a ser uma ferramenta chave para prevenir contra doenças graves”.

Porém, “sabemos que milhões de cidadãos na Europa não foram vacinados e precisamos de mudar isto para ultrapassar esta pandemia, [pois] o nosso comportamento pessoal em matéria de responsabilidade pessoal é importante”, salientou Stella Kyriakides.

Classificando a vacinação como “um ato de solidariedade social”, a responsável europeia pediu “esforços e responsabilidade” para combater a pandemia.

Dados do ECDC sobre a vacinação na UE revelam que 80% da população adulta no espaço comunitário está totalmente vacinada, percentagem que é de 68,7% se forem consideradas todas as faixas etárias.

Em termos absolutos, os dados do ECDC — que têm por base as notificações dos Estados-membros e estão disponíveis no ‘site’ da agência europeia sobre vacinação — revelam que 292 milhões de adultos na UE estão totalmente vacinados.

Quanto à população total, são 307 milhões os totalmente inoculados (incluindo crianças).

No que toca à dose de reforço, 133 milhões de doses adicionais foram já administradas na UE, de acordo com o ECDC.

Também intervindo na conferência de imprensa, a diretora do ECDC, Andrea Ammon, observou que a UE está a registar “uma taxa de notificação de casos elevada e em rápido crescimento”.

Parte dessa rápida propagação do vírus deve-se à variante Ómicron, segundo a responsável, que precisou que esta estirpe já representa 22% das amostras sequenciadas, sendo ainda dominante nalguns países.

“Existem ainda algumas incertezas em torno desta nova variante. Parece que, a um nível individual, causa doenças menos graves, mas devido à sua transmissibilidade mais fácil, alastra-se a uma grande quantidade de pessoas, causando absentismo que afeta muito os trabalhadores essenciais, profissionais de saúde e trabalhadores públicos em geral”, retratou Andrea Ammon.

Na passada sexta-feira, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o ECDC considerou ser “prematuro” classificar a variante Ómicron do SARS-CoV-2 como menos grave, bem como a “última variante de sucesso”, dando ainda como “altamente incerto” que garanta a imunidade coletiva.

Os especialistas desta agência europeia disseram ainda à Lusa não recomendar menos tempo de isolamento para não vacinados anticovid-19, mas admitiram-no para os totalmente inoculados devido à pressão que esse período causa, embora avisando que, quanto mais curto, maior o “risco residual”.