"No total, até à presente data, a OE recebeu 4.475 pedidos de escusa de responsabilidade, quando no final de dezembro havia o registo de 3.013 declarações apresentadas", informa a OE em comunicado.
"Entre as declarações que chegaram à OE no último este mês, há novamente pedidos de escusa de responsabilidade de profissionais do Hospital de Leiria, que já ascendem a 2.185, das 2.802 totais da região Centro, que englobam também as situações de Coimbra, Caldas da Rainha e Guarda", adianta.
"Na região Sul, com um total de 1.224 declarações de escusa, são os hospitais de Setúbal, Algarve e Amadora Sintra que enfrentam as situações mais graves, além de Santa Maria, onde já esta semana 101 enfermeiros da urgência pediram escusa de responsabilidade", lê-se na nota.
Os números mostram que as declarações de escusa de responsabilidade mais do que triplicaram desde novembro, altura em que tinham sido entregues 1.300 declarações de enfermeiros, tal como previra a Bastonária, Ana Rita Cavaco.
"Em causa está a degradação dos serviços, sobretudo devido à falta de enfermeiros", refere.
"Esta declaração foi disponibilizada pela OE a todos os enfermeiros, em janeiro, para acautelar a eventual responsabilidade disciplinar, civil ou mesmo criminal dos enfermeiros face ao elevado número de doentes a seu cargo, uma vez que está demonstrado por estudos internacionais que por cada doente a mais a cargo de um enfermeiro a mortalidade sobe 7% nos hospitais", acrescenta.
"Os enfermeiros, ao assinarem esta declaração, reiteram que o número de enfermeiros adequado é fundamental para salvaguardar o exercício profissional em segurança, o que manifestamente não se verifica actualmente, facto que apenas pode ser imputável à má gestão ou ausência de estratégia do Governo", conclui.
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