“Em setembro de 2021, aguardavam em LIC [Lista de Inscritos para Cirurgia] um total de 11.456 utentes, o que corresponde a um decréscimo de 187 utentes, face ao mês anterior [-1,6%]. Quando comparados estes dados com os do mesmo mês do ano anterior, verifica-se, igualmente, uma diminuição de 6,1% (menos 740 utentes)”, lê-se no documento, divulgado na página da internet da Direção Regional da Saúde.
Segundo o relatório de acompanhamento mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, relativo a setembro de 2021, entre os três hospitais da região, apenas o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, reduziu o número de utentes em lista de espera, em relação a agosto, em 3,2% (265 utentes).
O maior hospital da região é também o que apresenta mais doentes em lista de espera cirúrgica (8.063).
Em comparação com setembro de 2020, tanto o HDES, como o Hospital da Horta (HH) registaram descidas, de 6,1% e 15,3%, respetivamente, enquanto o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) aumentou o número de utentes na sua lista em 6,2%.
Também o número de propostas cirúrgicas em lista de espera diminuiu em setembro, contabilizando-se 13.163, menos 281 (2,1%) do que em agosto e menos 418 (3,1%) do que em setembro de 2020.
Olhando para as especialidades cirúrgicas, otorrinolaringologia (-10%) e oftalmologia (-4,5%) registaram as maiores reduções de propostas em espera, no espaço de um mês, enquanto ortopedia foi a especialidade com maior crescimento (2,4%).
Oftalmologia, ortopedia e cirurgia geral são as especialidades com maior lista de espera nos Açores, “representando 61,3% do total das propostas cirúrgicas” em espera.
O tempo médio de espera por uma cirurgia nos Açores era de 527 dias (perto de um ano e meio), em setembro, menos 67 dias do que em agosto e menos 14 dias do que no período homólogo.
O Hospital a Ilha Terceira foi “a única unidade hospitalar que aumentou o número de dias de espera” (mais 28 face a 2020), tendo havido uma redução de 91 dias no HDES, em relação a agosto, e uma redução de 91 dias no HH, em relação a 2020.
É no Hospital de Ponta Delgada que se espera mais tempo, em média, por uma cirurgia (591 dias). No HSEIT são 394 dias e no HH 306.
Nos três hospitais, o tempo médio de espera por uma cirurgia está “acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados”, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.
Segundo o relatório, dos utentes sujeitos a cirurgia em setembro, menos de metade (47,4%) ainda não tinha esgotado os tempos máximos de resposta garantidos, o que representa um decréscimo face aos números de agosto (50,5%) e de setembro de 2020 (55,5%).
No Hospital de Ponta Delgada é menos comum o cumprimento do TMRG, com 26,6% das operações de setembro realizadas dentro dos prazos máximos estipulados.
No HSEIT, 64,3% das cirurgias realizadas ainda não tinham esgotado esse prazo, enquanto no HH esse número foi de 73%.
Foram realizadas 808 cirurgias em setembro nos Açores, o que corresponde a “um aumento de 22,6% (mais 149 cirurgias) na produção global do Serviço Regional de Saúde, face à produção registada no mês anterior”, com oftalmologia a destacar-se “com um aumento de 90 cirurgias”.
Em comparação com o período homólogo, houve também um “aumento no número de operados (mais 37,6%), correspondendo a mais 221 cirurgias realizadas”.
Em setembro, registaram-se também 582 cancelamentos de cirurgias na região, mais 421 do que em agosto e mais 405 do que no período homólogo.
A maioria dos cancelamentos ocorreu no Hospital de Ponta Delgada (532), que registou um aumento de 472% face a agosto e de 556,8% face a setembro de 2020.
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