“Ainda não estamos a cumprir o rácio para a nossa população e continuamos a trabalhar no sentido de aliciar novos colegas de anestesia para virem trabalhar para a Região Autónoma da Madeira”, afirmou Pedro Ramos, à margem da cerimónia de homenagem a 17 doutorados do Sesaram.

O governante sublinhou que esta é uma realidade semelhante à realidade nacional, como comprova o Censos 2017 de anestesistas recentemente publicado e que aponta que “cerca de um terço destes especialistas trabalham nos hospitais privados”.

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“As nossas dotações nesta especialidade ainda estão muito aquém das expectativas”, declarou.

Pedro Ramos salientou que o Sesaram tem trabalhado “no sentido de colmatar as lacunas nesta área” de várias maneiras: “tentando contratualizar, abrindo concursos para especialistas para virem imediatamente trabalhar para a Madeira e abrindo vagas para virem trabalhar na região”.

“Neste momento, temos uma boa relação com o Colégio de Especialidade de Anestesia e a Sociedade Portuguesa de Anestesia e continuaremos a trabalhar para que no mais curto período de tempo esta especialidade possa ter os rácios que a população exige”, sustentou o responsável da Saúde do arquipélago.

Pedro Ramos realçou que esta é presentemente a “área com maior carência no país e na região, porque a anestesia não se resume ao bloco operatório, é transversal a toda uma unidade de saúde hospitalar diferenciada”.

O governante destacou ainda o bom relacionamento institucional com a Universidade da Madeira, onde são lecionados, desde 2004, os dois primeiros anos do mestrado integrado em Medicina, associado ao Hospital de Santa Maria (Lisboa).

“Queremos progredir e ter aqui [Universidade da Madeira] o terceiro e o sexto ano”, anunciou.

Pedro Ramos também destacou a boa articulação existente entre a região e “todas as unidades do país”, que é o “resultado da confiança que os restantes hospitais têm para colocar os seus internos a fazerem formação” na Madeira, sendo necessário trabalhar para os médicos quererem ficar na ilha.

O hospital da Madeira, sublinhou, “está a enfrentar uma nova situação, fruto da instabilidade do Serviço Nacional de Saúde”, porque “o número de vagas não corresponde ao número de candidatos”.

“Temos colegas a querer saber quais as condições de trabalho na Madeira”, referiu.

No seu entender, há também um bom relacionamento do Sesaram com as diversas estruturas sindicais representativas dos 4.700 trabalhadores.

O Governo Regional prevê um investimento de 10 milhões de euros na área da saúde este ano.