“O objetivo último é promover a empregabilidade, autonomia e inserção de pessoas com deficiência, mental ou física, no mercado de trabalho”, disse hoje à agência Lusa a coordenadora do projeto, Sandra Reis.
Segundo Sandra Reis, a ideia “já estava em mente há algum tempo”, tanto mais que o CRIF “tinha uma lavandaria própria, mas, com o crescimento da instituição, revelou-se pequena”.
“A obra já está praticamente concluída e prevê-se que a lavandaria social entre em funcionamento em maio”, afirmou a assistente social, referindo que a nova valência, nas instalações da instituição, no lugar de Moimento, no concelho de Ourém, distrito de Santarém, vai dispor dos serviços de lavandaria, engomadoria, tinturaria e limpeza a seco.
A coordenadora esclareceu que a lavandaria vai permitir a criação “de dois a três postos de trabalho, pessoas com deficiência, externas à instituição”.
“Esta lavandaria será como uma lavandaria tradicional, em que os funcionários farão o atendimento ao público e terá um horário de funcionamento, podendo recorrer ao espaço qualquer pessoa”, explicou.
“Já tivemos contactos por parte de restaurantes, hotéis, ginásios, cabeleireiros e outras atividades, a esmagadora maioria de Fátima”, para o recurso à lavandaria social, acrescentou Sandra Reis.
O projeto da lavandaria social de Fátima contempla, também, ações de capacitação.
“Neste momento, estamos a receber do exterior oito pessoas, com deficiência mental ou física, que estão em ações de capacitação, para receberem conhecimentos e reforço de competências que potenciem a sua autoestima, valorizem a sua vertente pessoal e profissional, que lhes dê mais autonomia e melhore a sua qualidade de vida, tornando-as mais participativos”, afirmou Sandra Reis.
A assistente social salientou que “o problema da pessoa com deficiência é que cai num isolamento e não se sente capaz de ser útil à sociedade”.
“As oito pessoas têm mais de 18 anos e estão desempregadas, sem resposta laboral na comunidade”, observou Sandra Reis, explicando que, “em simultâneo, o CRIF está a sensibilizar o tecido empresarial para poder vir a acolher estas pessoas no mercado de trabalho, no sentido de oferecer uma tarefa compatível com as suas competências”.
A lavandaria social de Fátima inclui, ainda, o aspeto ambiental e quer “promover a reciclagem e reutilização de têxteis, através da criação de peças”.
“As pessoas podem no futuro entregar têxteis, como peças de roupa pessoais ou de casa, que serão transformadas quer pelos beneficiários do projeto, quer pelos utentes do CRIF”, realçou a assistente social, destacando que “esta iniciativa vai ao encontro da política da instituição de promover a economia circular, sem fins comerciais”.
A lavandaria social de Fátima, investimento de 210.956 euros no âmbito do programa Portugal Inovação Social, tem um financiamento de 70% do Portugal 2020. Os restantes 30% são suportados por diversas empresas e Câmara de Ourém.
O Centro de Reabilitação e Integração de Fátima é uma instituição particular de solidariedade social. Foi criado em 1976, tem 114 utentes dos 06 aos 54 anos, distribuídos pelas valências de centro de atividades ocupacionais, formação profissional e socioeducativa. Os utentes são oriundos dos concelhos de Ourém, Batalha, Porto de Mós, Alcanena e Leiria.
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