12 de junho de 2013 - 15h44
O laboratório militar está já a fabricar oito remédios para uso pediátrico, uma vez que a indústria não tem interesse comercial em produzi-los, anunciou hoje no parlamento o presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed).
Segundo Eurico Castro Alves, trata-se de medicamentos, xaropes, de uso hospitalar para crianças, cuja utilização é muito residual, sendo “substâncias sem grande interesse comercial”.
“São fabricados nas quantidades necessárias, que são muito pequenas, e com todas as condições de segurança, qualidade e eficácia. Com controlo do Infarmed”, afirmou.
Para o responsável, que hoje foi ouvido na comissão parlamentar de saúde, esta não é uma medida para substituir a indústria farmacêutica, mas sim para “colmatar uma falha muito específica e pontual”.
Também o Hospital de São João, no Porto, se prepara para produzir algumas substâncias que os laboratórios parecem não ter interesse em fabricar.
Mas, de acordo com o presidente do Infarmed, houve já quatro empresas portuguesas que se ofereceram para “ajudar o Ministério da Saúde a encontrar soluções para colmatar falhas”.
No início deste mês, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, tinha admitido que o laboratório militar poderia produzir algumas substâncias, “ainda que sempre em termos residuais", depois de uma notícia do semanário Expresso que referia a falta de medicamentos pediátricos mais baratos nas farmácias, porque dão pouco lucro a laboratórios, grossistas e farmácias.
Hoje no parlamento, o presidente do Infarmed relembrou ainda que o organismo tem um plano de contingência “confidencial” para assegurar que não há falhas no acesso aos medicamentos essenciais, em caso de falhas na distribuição.
Lusa