Segundo um comunicado enviado às redações pela Ordem dos Enfermeiros, "o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa considerou que Ana Filipa Nunes proferiu 'informação inverídica' e que violou o direito à honra e consideração de Ana Rita Cavaco, atingindo-a no seu bom nome", condenando-a uma pena de 200 dias de multa, que resulta no pagamento de 3 mil euros acrescido das custas judiciais.
A reportagem emitida pela TVI refere que a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros teria praticado irregularidades na gestão da Ordem, que estariam a ser investigadas pelo Ministério Público. Disse ainda que, no âmbito da referida investigação, Ana Rita Cavaco teria sido inquirida nas instalações da Polícia Judiciária, por duas vezes, em outubro e novembro de 2018.
Na nota enviada aos meios de comunicação social, a Ordem dos Enfermeiros diz que "o Tribunal deu como provado a falsidade destas afirmações" e considerou que Ana Filipa Nunes agiu com "consciência de que estava a transmitir factos falsos e inverídicos com o objectivo de prejudicar e causar dano à assistente, o que conseguiu" e que agiu "de forma livre, voluntária e conscientemente bem sabendo que a sua conduta era proibida e punida por Lei".
"A verdade é que, à época dos factos, Ana Rita Cavaco não tinha sido inquirida, nem pela Polícia Judiciária, nem por qualquer entidade, fosse em que qualidade fosse, isto é, suspeita, denunciada, arguida ou testemunha", lê-se na nota.
Ana Filipa Nunes vai recorrer
Numa declaração por escrito enviada ao SAPO Lifestyle, Ana Filipa Nunes esclarece que "no processo movido pela Ordem dos Enfermeiros relativo à peça 'Desordem' emitida na TVI em 2019, fui absolvida de todos os crimes menos de um. Fui absolvida dos crimes de Ofensa a Organismo em relação à Ordem dos Enfermeiros, de difamação ao vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, Luís Barreira, e de praticamente todos os factos relativos à Bastonária da Ordem dos Enfermeiros".
"Entendeu o tribunal que quando divulguei a informação de que Ana Rita Cavaco foi ouvida nas instalações da Polícia Judiciária, que essa afirmação não estaria correta. Pese embora, como está provado no processo-crime a Sr. Bastonária tenha sido constituída arguida e esteja acusada no âmbito desse mesmo processo-crime pela prática de peculato e falsificação de documentos, nomeadamente por apresentação de quilómetros falsos", frisou a profissional de comunicação.
"Entendo que se trata de uma contradição e por isso vou recorrer para reposição da verdade e aplicação da justiça. Acredito na justiça e enquanto jornalista sempre obedeci aos princípios deontológicos sempre tendo reportado informação que me foi transmitida pelas minhas fontes e documentos, confiando nelas. Em momento algum tive intenção de difamar ninguém mas de reportar factos. Continuarei a fazê-lo mesmo que possa ser incómodo", sublinha Ana Filipa Nunes.
Notícia atualizada a 1 de outubro, às 12h00, com o esclarecimento da jornalista Ana Filipa Nunes.
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