8 de julho de 2014 - 14h40
Investigadores da Universidade de Vila Real defenderam hoje o consumo de “folhas bebé” de alface, agrião, rúcula e acelga em saladas e sumos para prevenir o aparecimento de doenças como a obesidade, a hipertensão, diabetes ou processos cancerígenos.
“Verificámos que as diferentes saladas analisadas e em particular as conhecidas como ‘saladas bebé' apresentam entre duas a duas vezes e meia maior concentração de compostos que estão associados à prevenção de processos oxidantes, inflamatórios e cancerígenos”, afirmou Alfredo Aires, cientista do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
O grupo de investigadores estudou as diferenças entre as folhas bebé e as folhas adultas destes vegetais, como a alface verde ou vermelha, o agrião, a rúcula ou a acelga.
No caso específico da rúcula, a equipa descobriu que o consumo pode prevenir também a ocorrência de doenças gastrointestinais, causadas por bactérias.
“Através de ensaios in vitro, encontrámos teores consideráveis de dois compostos, os sulforados gluconasturcina e glucorafanina, percursores de um outro composto, o isotiocianato sulforafano, que tem um elevado potencial contra algumas bactérias causadoras de doenças do extrato gastrointestinal, comprovado por estudos epidemiológicos recentes”, esclarece Alfredo Aires.
As folhas bebé apresentam também valores consideráveis de flavonoides (compostos associados a processos antioxidantes), pelo que o investigador recomenda o aumento do seu consumo através de saladas e sumos.
Para Alfredo Aires, a sopa é também uma opção a ter em conta pois “apesar do processo térmico de cozedura poder destruir algum destes compostos, tem a particularidade de preservar vitaminas e sais minerais na água de cozedura”.
As recomendações da equipa multidisciplinar têm como suporte vários projetos de investigação, entre os quais o estudo inédito da atividade antibacteriana de alface verde e vermelha, agrião, rúcula e acelga quando incorporados numa dieta alimentar diária.
Estes trabalhos incluem elementos do CITAB, do Centro de Ciência Animal e Veterinária e do Departamento de Agronomia da UTAD.
Por Lusa