2 de julho de 2014 - 09h45
Uma equipa de investigadores do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um tratamento de talassoterapia (com produtos de origem marinha) totalmente natural, que combina extratos de algas recolhidas exclusivamente no mar ibérico e sais marinhos.
O projeto, liderado pelo investigador Leonel Pereira, especialista em macroalgas marinhas, permitiu a criação de um “kit” registado com a marca "SeAlgae", que se encontra em fase de protótipo, depois de um trabalho realizado nos últimos dois anos, com a colaboração de uma marca de óleos essenciais e cosmética natural, refere um comunicado da UC.
"A equipa começou por efetuar uma triagem rigorosa das espécies com elevado potencial bioativo (nutricional, antifúngico, antibacteriano, entre outras), tendo selecionado quatro espécies de macroalgas vermelhas, verdes e castanhas, com as características ideais para tratamentos de cosmética e bem-estar", explica o documento.
Segundo a UC, o projeto prosseguiu com novos estudos e experiências para o processo de transformação das algas, "mas os investigadores foram confrontados com o odor pouco agradável que caracteriza os produtos feitos à base de algas", pelo que foi necessária a colaboração da marca TussieMussie®.
O professor da UC Leonel Pereira, citado no comunicado, sublinha que o projeto permitiu desenvolver "os primeiros produtos de talassoterapia 100 por cento naturais, provenientes exclusivamente de macroalgas do mar ibérico, de plantas aromáticas portuguesas e de sal colhido de forma artesanal nas salinas do estuário do Mondego".
Com a criação deste produto, os investigadores pretendem "democratizar o acesso a este tipo de produtos, tornando o potencial das macroalgas disponível ao maior número possível de consumidores", que até ao momento "estava associado" a tratamentos dispendiosos em “SPA” e clínicas de bem-estar.
"Além de apostarmos numa gama para as clínicas e ‘SPA’, desenvolvemos um 'kit' para uso pessoal, com um custo acessível, para aplicação no conforto do lar", salienta o comunicado da UC, adiantando que, com vista à sua comercialização, os investigadores pretendem iniciar, nos próximos meses, ensaios e testes que permitam a certificação dos produtos e criar uma empresa no Instituto do Mar.
Leonel Pereira, que estuda macroalgas há mais de duas décadas, considera que, no mercado, "há ainda uma oferta limitada deste tipo de produtos, sendo que a maioria dos existentes peca pela utilização de compostos químicos sintéticos na sua composição".
"As algas possuem ótimas características para fins terapêuticos. São muito eficazes na regeneração celular e na eliminação de gorduras localizadas, característica fundamental em tratamentos adelgaçantes", sublinhou o investigador.
Por Lusa