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Carbamazepina associado à alterações alimentares e sexuais dos animais
14 de fevereiro de 2013 - 10h20
A investigadora da Universidade de Aveiro (UA) Vânia Calisto encontrou um medicamento de uso neurológico em águas das estações de tratamento de esgotos do distrito, com possíveis efeitos nocivos para peixes, anunciou na quarta-feira a instituição em comunicado.
De acordo com a nota, a investigação detetou o antiepilético carbamazepina "em concentrações da ordem dos microgramas por litro, o suficiente para suspeitar de efeitos crónicos - decorrentes de exposições longas - nos seres vivos aquáticos".
Os efeitos estão, geralmente, associados à alteração de comportamentos alimentares e sexuais, de predação e capacidade reprodutora, adianta a UA.
Para o estudo, que decorreu entre 2008 e 2011, Vânia Calisto analisou a persistência no ambiente da carbamazepina e dos ansiolíticos (medicamentos de uso psiquiátrico) diazepam, alprazolam, lorazepam e oxazepam, sob efeito da radiação solar.
Durante o trabalho, a investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA estudou a presença dos medicamentos nos efluentes finais das estações de tratamento de esgotos do distrito, nomeadamente nas de Cacia e Ílhavo.
Segundo a Universidade de Aveiro, "os principais resultados do estudo indicam" que as estações de tratamento de esgotos "não eliminam este tipo de compostos, funcionando assim como 'vias diretas' da entrada destes fármacos no meio ambiente".
A investigação da presença do antiepilético carbamazepina nos efluentes das estações de tratamento de esgotos, em águas do subsolo do distrito de Aveiro e em águas superficiais da Ria de Aveiro implicou o recurso a uma técnica específica que permite quantificar o medicamento num elevado número de amostras e num reduzido intervalo de tempo, esclareceu a UA.
SAPO Saúde com Lusa
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