“No entanto, a partir de 2016 o crescimento tem vindo a ser progressivamente menos acentuado”, referem os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) no Destaque hoje divulgado.

Os portugueses eram, em 2018, dos europeus menos satisfeitos com a sua vida – 6,7 pontos em 10 – uma pontuação abaixo da média da União Europeia (UE 7,3), mas a perceção melhorou 0,5 pontos face a 2013.

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Entre os 10 domínios que integram o índice de bem-estar, a segurança pessoal e a educação, conhecimento e competências, são os que apresentam a evolução mais favorável no período em análise.

“Inversamente, os domínios do emprego e da vulnerabilidade económica são aqueles cuja evolução foi mais desfavorável, embora tenham vindo a recuperar desde 2013”, de acordo com a publicação.

O emprego é a componente do bem-estar com evolução mais desfavorável, “devido essencialmente ao aumento do desemprego e de outras variáveis com ele relacionadas, que se acentuou a partir de 2009”, refere-se na análise.

A partir de 2013, verificou-se uma inversão da tendência, projetando-se para 2018 “a continuação desta melhoria”, observa o INE.

O subemprego dos trabalhadores a tempo parcial e a disparidade salarial entre homens e mulheres são os indicadores com “comportamento mais desfavorável”.

Ainda no que diz respeito ao emprego, o indicador com evolução mais favorável foi o da proporção de pessoas que pensavam ser “provável ou muito provável” perderem o posto de trabalho nos seis meses seguintes.

O índice de bem-estar registou uma inflexão em 2007, 2008 e 2012. Em 2018 atingiu o valor mais elevado (numa escala de 0 a 1), continuando a recuperação iniciada em 2013.

Este índice reflete a evolução do bem-estar da população recorrendo a dois índices sintéticos que traduzem duas perspetivas de análise: condições materiais de vida e qualidade de vida.

O INE estima que em 2018 o índice de condições materiais de vida se situe cerca de 0,268 acima do nível de 2004. Para o índice de qualidade de vida, espera-se um crescimento de 0,236 no mesmo período.

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A vulnerabilidade económica ocupa o segundo lugar nos domínios que apresentam uma evolução mais desfavorável ao longo do período estudado, refletindo “a progressiva vulnerabilidade das famílias, induzida pelo afastamento do mercado de trabalho e pela intensificação da dificuldade em pagar os compromissos assumidos com a habitação”, lê-se no relatório.

Até 2010, estes indicadores decresceram de forma menos pronunciada e “de forma abrupta” nos três anos seguintes, de acordo com a análise, que situa “evoluções positivas” a partir de 2014, devido à redução da taxa de privação material e da taxa de intensidade da pobreza.

“Os indicadores relativos ao património foram não só os que tiveram a evolução mais contida, como os que apresentaram durante o período valores mais baixos”, concluem os autores do estudo.

A conciliação vida-trabalho apresentou uma evolução positiva durante todo o período, mais pronunciada até 2011, mas a partir daquele ano tem vindo a diminuir ligeiramente, segundo o INE.

A segurança pessoal foi o domínio com evolução positiva “mais pronunciada” entre os 10 indicadores que compõem o índice de bem-estar. Para este fator, contribuíram a evolução favorável dos números relativos à mortalidade em acidentes com veículos a motor e “com menor relevo” o indicador de confiança na polícia.