Segundo Fernando Osório, médico responsável pela consulta, este é “o subgrupo etário onde a doença oncológica e o cancro da mama, em particular, tem uma elevada (e crescente) prevalência”.

“Pretende-se com esta oferta dar-se uma atenção particular a um subgrupo etário muito heterogéneo do ponto de vista clínico e social, em franco crescimento na sociedade, pois é o subgrupo demográfico que mais, e mais rapidamente, cresce neste momento, como reflexo direto da grande evolução da Medicina”, sustenta o clínico.

Informação disponibilizada pelo Centro Hospitalar de São João, na sua página na Internet, esclarece que a consulta visa “a promoção de cuidados de saúde oncológicos muito personalizados através da aplicação de ferramentas de rastreio e estratificação do risco geriátrico que permitam melhor definir a proposta de terapêutica na consulta de grupo multidisciplinar”.

De acordo com Fernando Osório, o objetivo, “por um lado, é identificar a fragilidade individual - conceito muito específico deste grupo etário - que obriga a uma adaptação do tratamento oncológico proposto e, por outro lado, minimizar o tão praticado subtratamento, ou seja evitar que um doente com uma idade cronologicamente avançada, mas física e biologicamente capaz, seja excluído de um tratamento oncológico ‘standard’”.

"A criação desta consulta motivou o surgimento de um estudo científico prospetivo que visa a validação de um modelo, uma ‘clinical pathway’, desenvolvido especificamente nas nossas doentes com cancro da mama em idade geriátrica e que permitirá, espero eu, evoluir para a criação a nível institucional de uma avaliação geriátrica compreensiva multidisciplinar de modo a corresponder às recomendações de várias sociedades científicas internacionais”, acrescenta.