28 de maio de 2013 - 15h42
O Hospital de Braga "refuta veementemente" as denúncias do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que afirmou que os doentes anestesiados naquele hospital "correm riscos", e assegura que as regras de organização do trabalho médico são "escrupulosamente" cumpridas.
Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o Hospital de Braga, dirigido pelo Grupo Mello Saúde numa Parceria Publico Privada, afirma ainda que a qualidade dos serviços prestados aos utentes são um "pilar" da atividade da unidade hospitalar.
Na segunda-feira, em conferência de imprensa a propósito da greve dos médicos anestesistas do Hospital de Braga, marcada para quinta-feira e sexta, o SIM avisou que os doentes anestesiados no Hospital bracarense "correm riscos" pelo "excesso" de recurso a médicos "tarefeiros".
"A qualidade dos serviços de saúde prestados e a segurança do doente são para o Hospital de Braga pilares essenciais do desenvolvimento da sua atividade, pelo que refuta veementemente os argumentos apresentados que questionam a segurança do doente no bloco operatório", lê-se no documento.
Segundo o comunicado, "as direções Clínica e de Enfermagem atestam da segurança do doente no Hospital, não tendo recebido dos restantes profissionais clínicos que exercem atividade no bloco operatório nota de preocupação no que concerne à segurança do doente e dos profissionais, bem como à qualidade do serviço prestado".
O texto assegura ainda que o Hospital de Braga “cumpre escrupulosamente as regras de organização do trabalho médico, não exigindo a nenhum profissional que desenvolva atividade adicional".
O documento atesta ainda que a direção do hospital bracarense "tem vindo a promover, e continua disponível para manter, um diálogo constante com os profissionais de Anestesiologia no sentido de identificar eventuais oportunidades de melhoria".
No entanto, segundo o SIM, as conversações entre as partes mostraram-se "infrutíferas" pelo que os anestesistas vão mesmo cumprir a anunciada greve.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque, lembrou algumas das queixas e "falhas" apontadas pelos profissionais do hospital bracarense às quais, disse, "a administração do Hospital não dá respostas".
"Há um excesso de contratação de médicos tarefeiros em detrimento da contratação de mais profissionais. A consequência é que o médico chega, anestesia sem conhecer o doente e depois vai embora sem haver linha de acompanhamento do paciente", disse.
Outro ponto salientado pelo responsável é a "utilização das salas que deviam estar disponíveis apenas para intervenções de urgência mas que estão a ser utilizadas para cirurgias programadas".
Roque apontou também a "carência de material que já foi dada a conhecer à administração mas que esta tarda em dar seguimento" e "o facto de no Hospital de Braga não ser respeitada, no serviço de anestesiologia, um assistente graduado sénior a dirigir o serviço".
O sindicalista denunciou ainda, "que os médicos que denunciam estes e outros problemas são alvo de atitudes persecutórias por parte da administração do hospital que se traduzem na atribuição de horários, por exemplo".
Lusa