Desde o passado mês de setembro, quando começaram as obras de remodelação da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), o hospital de Beja “não tem camas de medicina intensiva afetas a doentes covid-19”, disse hoje à agência Lusa a presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
Por isso, explicou Conceição Margalha, doentes com covid-19 internados no hospital de Beja que precisem de cuidados intensivos têm de ser transferidos para outros hospitais.
Desde o início das obras e até hoje, precisou, o hospital já transferiu oito doentes com covid-19 e necessidade de cuidados intensivos para o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e para o Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém.
Segundo a responsável, antes da pandemia, a UCI do hospital de Beja tinha oito camas (quatro no piso 1 e quatro no piso 3).
Já durante a pandemia, a UCI, usando outros espaços do hospital “onde a atividade foi suspensa ou reduzida temporariamente”, chegou às 16 camas (oito para doentes covid-19 e oito para outros).
Agora, devido às obras no espaço da UCI no piso 1, previstas terminar em março de 2022, o hospital só presta cuidados intensivos a utentes com outras doenças que não a covid-19 e em oito camas no piso 3.
Hoje, o hospital de Beja tem cinco doentes no Serviço de Internamento de Medicina Covid-19, nomeadamente três mulheres e dois homens, entre os 57 e 98 anos.
Conceição Margalha disse que, atualmente, o hospital “não está a sentir pressão” devido ao aumento do número de infetados registado nos últimos dias em Portugal.
No entanto, lembrou, sentiu “alguma pressão” em outubro, quando registou um “aumento de internamentos” e teve 15 doentes com covid-19 internados em simultâneo.
Na altura, o hospital tinha 15 camas no Serviço de Internamento de Medicina Covid-19, mas, entretanto, fechou três e atualmente tem 12, explicou.
“Conforme as necessidades”, o hospital vai diminuindo ou aumentando as camas para internamento de doentes com covid-19, mas, devido às obras na UCI, “não pode ir muito mais além das 15”, frisou.
Caso aparecerem mais do que 15 doentes com covid-19 e necessidade de internamento, o hospital terá de “reafetar as suas capacidades e ver se consegue criar mais camas ou não”, disse.
“Embora os números [de infetados] possam aumentar, o facto de termos uma taxa de vacinação tão alta leva a que não se espere que a necessidade de internamento seja tão grande como aconteceu em janeiro [deste ano]”, previu, referindo-se à vaga anterior.
Segundo a responsável, 85,6% dos utentes com mais de 12 anos inscritos nos centros de saúde da ULSBA têm a vacinação contra a covid-19 completa.
Questionada sobre se o hospital tem recursos humanos suficientes para enfrentar uma eventual nova vaga, Conceição Margalha apenas lembrou que “foram reforçados” na vaga anterior e, atualmente, a ULSBA não prevê reforço.
A Lusa questionou a presidente sobre se os recursos humanos serão reforçados em caso de necessidade e Conceição Margalha disse que “depende dos meios” financeiros para contratação que “forem dados na altura” à ULSBA.
Contactada pela Lusa, fonte do Gabinete de Comunicação e Marketing do HESE limitou-se a indicar que a unidade “não enfrenta pressão” devido ao aumento de infetados.
“Se tal vier a acontecer, ativaremos os planos de contingência que temos elaborados e prontos a entrar em funcionamento, à semelhança do que foi feito no passado recente”, acrescentou.
Já no HLA, estão hoje internados três doentes com covid-19, disse à Lusa fonte da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.
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