Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa, onde assistiu à apresentação do relatório Health System Review – Portugal, elaborado por peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde.

Com uma proposta que irá passar pelo parlamento e o decreto-lei da execução orçamental, pretende-se "progressivamente retomar os níveis de autonomia orgânica" em situações de que os serviços se queixavam, como as substituições de trabalhadores ausentes do serviço ou doentes, e as aquisições, que não podiam fazer sem passar pela tutela.

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De acordo com o relatório, o sistema de saúde português precisa de lidar com famílias mais pobres, desemprego e pobreza infantil, situações que aumentaram durante a crise financeira, e deve reverter-se a centralização que se regista desde então.

Sobre o desequilíbrio entre o número de enfermeiros, demasiado poucos para a quantidade de médicos, Adalberto Campos Fernandes admitiu que é uma tendência que se tem agravado "ao longo de 30 anos" e que se está "longe do número ideal", apesar de nos últimos dois anos se terem contratado "3.000 enfermeiros".

O ministro salientou que a crise e a "exaustão financeira" comprometeram o investimento público na saúde, mas que retomar esse investimento e ter bons serviços públicos só é possível com "contas públicas rigorosas e equilibradas".