O Journal of Alzheimer's Disease acaba de publicar o caso de Alzheimer mais precoce de sempre. O diagnóstico foi feito por especialistas do Centro de Distúrbios Neurológicos e do Departamento de Neurologia do Hospital Xuanwu, na China, depois de uma série de testes médicos padronizados.
Nos últimos dois anos, o jovem de 19 anos sofreu uma perda de memória gradual. Os primeiros sinais de dificuldades de concentração começaram aos 16 anos, relata o estudo.
"A tomografia por emissão de positrões (PET) e a ressonância magnética com fluordesoxiglicose revelaram atrofia do hipocampo bilateral e hipometabolismo no lobo temporal bilateral. O exame do líquido cefalorraquidiano do paciente mostrou um aumento da concentração de p-tau181 e uma diminuição da relação amiloide-β 42/40. No entanto, por meio da sequenciação do genoma, nenhuma mutação genética conhecida foi identificada", lê-se no estudo.
Como surge o Alzheimer?
Na doença de Alzheimer, duas proteínas-chave — a tau e outra chamada beta-amiloide — acumulam-se gradualmente de forma anormal no cérebro, causando a morte das células cerebrais e o encolhimento do cérebro. Isso causa perda de memória e uma crescente incapacidade de realizar tarefas diárias.
As principais formas de doença de Alzheimer afetam sobretudo os idosos, embora variantes genéticas possam acometer pessoas a partir dos 40 e 50 anos.
Qualquer pessoa pode desenvolver esta patologia, no entanto é mais comum surgir após os 65 anos. A taxa de prevalência da demência aumenta com a idade.
Segundo o estudo agora publicado, o rapaz passou a esquecer-se que acontecimentos recentes, nomeadamente factos relevantes que tinham ocorrido no dia anterior, além de passar a apresentar problemas de estudo embora tivesse fosse um aluno acima da média.
Sem cura
A doença de Alzheimer permanece incurável até ao momento, mas em novembro, dados clínicos adicionais confirmaram o potencial de um novo medicamento, o lecanemab, para retardar significativamente o declínio cognitivo em pacientes tratados por 18 meses.
Mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de demência, número que deve aumentar para 130 milhões até 2050 com o aumento da esperança de vida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença de Alzheimer representa entre 60% e 70% dos casos.
A deteção da doença de Alzheimer na sua fase inicial permite a sua monitorização e retardar o progresso da doença, contribuindo para a melhoraria da qualidade de vida dos doentes.
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