Fonte da administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda disse à agência Lusa que no turno das 00:00 às 10:00, nos dois hospitais (Guarda e Seia), nos 13 centros de saúde e na unidade de saúde familiar da Guarda, "dos 191 médicos escalados aderiram à greve 28" e "dos 275 enfermeiros escalados estão 45 em greve".
Em relação a percentagens, a ULS aponta, para os médicos "uma adesão que ronda os 15%" e para os enfermeiros 16%.
Rui Paixão, do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), disse à Lusa que, no hospital da Guarda, no turno das 08:00 às 16:00 a adesão dos enfermeiros à greve "é de 23%" e três serviços estão com uma adesão de 100% (Medicina A e B e Psiquiatria).
Segundo o sindicalista, no hospital da Guarda "não foram afetadas cirurgias porque estão a ser cumpridos os serviços mínimos decretados".
Durante a manhã a agência Lusa abordou alguns utentes que hoje se dirigiram ao hospital da cidade mais alta do país e relataram que encontraram serviços a funcionar com normalidade.
"Tive uma consulta de urologia e notei um dia normal no hospital. A consulta estava marcada para as 10:00 e o médico chegou às 09:00. Antes da hora da consulta até já estava despachado", disse José Gonçalves, 78 anos, residente em Almeida.
Manuel Frias, 81 anos, de Pinhel, também teve uma consulta de dermatologia "sem qualquer problema".
Ana Esperança, 46 anos, da Guarda, deslocou-se ao hospital para uma consulta externa de medicina interna e, apesar de não ter consultado com o médico que a costumava atender, foi vista por outro clínico.
"Não senti o efeito da greve porque acabei por ter consulta na mesma", admitiu a mulher.
Também Gorete dos Santos, 61 anos, da Guarda, teve uma consulta do sono "com total normalidade".
"Estava à espera desta consulta desde novembro. A primeira foi anulada e agora decorreu normalmente. Notei que estava tudo normal sem qualquer efeito da greve dos médicos e dos enfermeiros", declarou.
Artur Escaleira, 83 anos, morador em Almeida teve hoje uma consulta de urologia "sem qualquer transtorno". "A consulta estava marcada há meio ano e decorreu normalmente. Não dei conta [dos efeitos da greve]. Há utentes que perdem com isso, mas não foi o meu caso", disse à Lusa.
O segundo dia da greve dos médicos foi convocado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e a greve dos enfermeiros foi convocada pelo Sindepor.
Cada uma das classes profissionais tem reivindicações específicas, mas tanto médicos como enfermeiros argumentam que lutam pela dignidade da profissão e por um melhor Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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